Manuela de Azevedo, a primeira jornalista mulher a ter carteira profissional em Portugal, morreu esta sexta-feira pelas 12:00, no Hospital de S. José, em Lisboa, aos 105 anos, informou a direção do Museu Nacional da Imprensa.
Manuela de Azevedo tinha sido internada na unidade hospitalar na terça-feira, acrescentou a nota do museu, que tinha editado os seus últimos livros.
A centenária foi romancista, ensaísta, poeta e contista, tendo escrito também peças de teatro, uma delas censurada pelo regime de Salazar, e tendo ainda enfrentado a censura num artigo que escreveu em 1935 sobre a eutanásia.
Em 31 de agosto de 2016, a jornalista e escritora fez 105 anos e foi condecorada pelo antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva com a Ordem da Instrução Pública. Ao longo da sua vida, Manuela de Azevedo recebeu outras condecorações pelo Mérito, Liberdade e Luta pela Liberdade.
Depois da morte de Clare Hollingworth, há um mês, em Hong Kong, Manuela de Azevedo era a repórter mais antiga do mundo, que trabalhava atualmente num livro com cerca de 200 cartas, segundo a informação divulgada pelo Museu Nacional da Imprensa.
O Museu informou que o corpo ficará em câmara-ardente na Igreja dos Anjos, em Lisboa, a partir das 15:00 de sábado, havendo no domingo uma celebração às 12:30. Segue-se a cerimónia de cremação no cemitério do Alto de São João.
// Lusa