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Morreu o jornalista holandês que foi baleado na rua. Esteve hospitalizado nove dias em estado grave

Marcel Van Hoorn / EPA

O jornalista holandês Peter R. de Vries

Peter R. de Vries, o jornalista holandês que na semana passada foi baleado na cabeça à saída dos estúdios da televisão RTL, morreu esta quinta-feira aos 63 anos depois de uma semana hospitalizado em estado grave.

Conhecido nos Países Baixos pelas investigações ao crime organizado no país, Vries foi baleado no meio da rua no dia 7 de julho, perto de uma praça da capital económica do país, em Amesterdão.

O jornalista beneficiava de proteção policial desde 2019 depois de se ter sabido que estava na lista negra do traficante de droga e líder da máfia holandesa Ridouan Taghi.

O tiroteio lançou ondas de choque políticas no país e lançou o debate sobre a necessidade de intensificar o combate ao crime organizado nos Países Baixos. O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, considerou o ataque “chocante e incompreensível” e uma afronta à “imprensa livre”.

No entanto, o repórter morreu ao fim de nove dias hospitalizado. “O Peter lutou até ao fim, mas não foi capaz de ganhar a batalha“, disse a família do jornalista num comunicado citado pelo Observador, acrescentando ainda: “Estamos muito orgulhosos dele e, ao mesmo tempo, inconsoláveis”.

No dia do tiroteio, Peter R. de Vries tinha estado nos estúdios da emissora RTL. O jornalista foi baleado a cerca de 100 metros das instalações, de onde acabara de sair.

A polícia holandesa já deteve três suspeitos que terão estado envolvidos no crime, incluindo aquele que se suspeita ter sido o autor do disparo. As autoridades já encontraram armas e munições em buscas efetuadas nas casas dos suspeitos.

Vries foi sempre uma presença comum nas televisões dos holandeses, onde comentava crime, justiça, ações policiais e criminalidade organizada.

Fazia-o quase sempre com informação dos dois lados – tanto do da investigação como do dos supostos culpados.

Investigou mais de 500 casos de assassínios que a polícia tinha já deixado de investigar por falta de pistas – e ajudou a resolver muitos deles.

A sua constante luta para que as vítimas destes crimes fossem acompanhadas por profissionais e compensadas pelas suas perdas levou a que centenas de pessoas se reunissem, por todo o país, em sua homenagem, logo depois de se ter ficado a saber do ataque, escreve o Expresso.

ZAP //

 

 

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