O ex-chefe de Estado do Egito Hosni Mubarak, forçado a demitir-se durante a Primavera Árabe de 2011, morreu esta terça-feira aos 91 anos, noticiou a televisão estatal egípcia.
De acordo com a Al Jazeera, Mubarak morreu no hospital militar Galaa, no Cairo, onde estava internado há um mês na sequência de uma operação. Fonte familiar citada pela Agência France-Press disse que o funeral vai ser organizado pela presidência egípcia.
Hosni Mubarak nasceu em 1928 e estudou na Academia Militar do Egito. Nos anos 50 começou a trabalhar como instrutor de voo na Força Aérea, onde conquistaria um alto cargo duas décadas mais tarde.
Em 1975, Mubarak tornou-se vice-presidente do Egito e, em outubro de 1981, ascendeu ao mais alto cargo político do país, sucedendo ao presidente Answar Sadat, que foi assassinado num desfile militar.
Mubarak liderou o Egito durante quase 30 anos, com a cúpula do regime a confundir-se com a sua própria família. O político chegou a ser condenado a prisão perpétua em 2012 pela morte de 239 manifestantes durante a revolta de 18 dias que, no ano anterior, culminou na sua demissão. Em 2017, porém, seria ilibado ao cabo de uma longa batalha judicial.
Em 2015, foi condenado em 2015, com os dois filhos, Gamal e Alaa, por crimes de corrupção e desvio de fundos públicos cometidos durante as décadas em que liderou o Egito. Foi libertado dois anos depois por motivos de saúde.
Os últimos anos do antigo presidente do Egito foram passados na sua mansão, no bairro de Heliopolis, no Cairo.
A queda de Mubarak abriu caminho às primeiras eleições livres no Egito, que levariam ao poder o islamista Mohamed Morsi. Morsi foi deposto em 2013 pelo general Abdel Fattah al-Sisi, que se mantém no poder no Cairo desde então.
