Alcides Ghiggia, o uruguaio que marcou o golo que deu o título mundial ao Uruguai em pleno Maracanã em 1950, morreu esta quinta-feira, aos 88 anos, devido a uma crise cardíaca, revelou a sua mulher Beatriz.
O ex-jogador desaparece, assim, no 65º aniversário do Maracanazo, a final do Mundial de 1950 disputada entre o Brasil e o Uruguai que foi uma das derrotas mais dolorosas de sempre na história do futebol brasileiro.
“Apenas três pessoas conseguiram fazer chorar o Maracanã, Frank Sinatra, o papa e eu”, tinha dito Ghiggia à estação de televisão brasileira Globo nos anos sessenta.
Numa altura em que Brasil e Uruguai estavam empatados 1-1, durante a final disputada a 17 de julho de 1950, o uruguaio anotou o tento que deixou mergulhados em lágrimas os cerca de 200 mil que assistiram ao encontro, a apenas 11 minutos do termo do jogo.
A derrota, apelidada de Maracanazo, transformou o jovem de 23 anos num herói nacional e alterou a sua vida.
Nascido a 22 de dezembro de 1926, iniciou a sua carreira no Penarol, uma das mais importantes equipas do Uruguai, sagrando-se campeão nacional em 1949 e 1951.
Graças ao feito, o campeão do mundo de 1950 tornou-se num dos raros jogadores sul-americanos que na altura atravessaram o Atlântico para tentar a sorte na Europa, tendo se transferido para os italianos da AS Roma.
De seguida, rumou para o AC Milan, clube no qual se sagrou campeão europeu em 1962/63, numa final em que os transalpinos derrotaram o bicampeão europeu Benfica por 2-1.
As suas performances permitiram-lhe ainda obter a nacionalidade italiana e, mais tarde, integrar a seleção transalpina. Regressou ao Uruguai aos 37 anos, para jogar no Danubio, retirando-se aos 42 anos.
O antigo internacional uruguaio morreu vítima de uma crise cardíaca, segundo confirmou à AFP a sua mulher Beatriz, e era o último sobrevivente das duas seleções que se defrontaram em 1950.
Futebol365 / Lusa