Morreu o escritor madrileno Javier Marías

J. P. Gandul / EPA

O escritor Javier Marías

O escritor Javier Marías, autor de romances como “Coração tão branco” ou “Todas as almas”, morreu no domingo aos 70 anos, num hospital em Madrid, após o agravamento da doença pulmonar de que sofria.

Autor de 16 obras, como as premiadas “O homem sentimental”, “Todas as almas” ou “Coração tão branco”, é um dos mais celebrados escritores de língua espanhola, constantemente apontado como candidato ao prémio Nobel da Literatura.

Marías escreveu ainda romances como “Amanhã na batalha pensa em mim” e “Berta Isla”, que foi premiado em Portugal, estando a sua obra largamente traduzida para português, onde era atualmente publicado pela Alfaguara Portugal (chancela da Penguin Random House).

O presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, reagiu, considerando que esta segunda-feira é um dia triste para as letras espanholas: “Deixa-nos um dos grandes escritores do nosso tempo”.

“A sua imensa e talentosa obra será sempre parte fundamental da nossa literatura”, manifestou o chefe do executivo espanhol no Twitter.

Nascido em Madrid em 1951, foi galardoado ao longo da sua carreira com numerosos prémios, entre os quais, o Nacional de Literatura, que recusou, porque não acreditava que deva ser o Estado a atribuir esse tipo de galardões.

Ao terminar cada um dos seus romances ficava convencido de que não haveria um próximo, contou, porque lhe parecia impossível lançar-se novamente à tarefa de criar um mundo e personagens novos. Por isso, trabalhava cada página como se fosse a última, escreveu a agência EFE.

Filho do filósofo Julián Marías, o autor madrileno publicou o seu primeiro romance, “Os domínios do lobo”, em 1971. O seu último livro, “Tomás Nevison”, foi publicado em março.

Romancista, mas também ensaísta e articulista, Marías foi professor na Universidade de Oxford e na Complutense de Madrid. A sua obra está traduzida para quarenta e seis línguas e publicada em cinquenta e nove países, com quase nove milhões de exemplares vendidos.

Foi membro da Real Academia Espanhola e, em 2021 eleito membro internacional da Royal Society of Literature (RSL), uma organização de beneficência britânica para a promoção da leitura. Em 15 de agosto, a editora Alfaguara tinha confirmado à EFE que o escritor sofria de uma doença pulmonar, da qual se encontrava a recuperar.

Lusa //

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