O fotojornalista norte-americano Charlie Cole, autor da histórica fotografia do “Homem do Tanque” da praça Tiananmen, morreu na semana passada em Bali, Indonésia, anunciou esta sexta-feira o jornal independente South China Morning Post.
Charlie Cole, de 64 anos e residente em Bali há 15 anos, foi um dos repórteres de imagem que registaram a cena desde a varanda de um hotel em Pequim e a sua fotografia ganhou o prémio World Press Photo de 1989.
Na fotografia, que deu a volta ao mundo e se tornou uma das mais emblemáticas do século passado, aparece um homem a enfrentar uma coluna de tanques na avenida de Chang’An, como forma de protesto individual, depois de centenas de jovens morrerem naquela praça horas antes.
Em entrevista à agência de notícias Efe realizada há uma década, Cole indicou que tirou a foto “com uma Nikon e uma lente de 300 milímetros, de uma varanda distante, a cerca de 200 metros do acontecimento“, do quarto de Stuart Franklin, no oitavo andar do hotel.
Depois de as autoridades terem dispersado as pessoas que tinham regressado à praça naquela manhã, uma coluna de 25 tanques avançou pela avenida.
“Do nada, apareceu o jovem, com um casaco numa mão e uma bolsa na outra, e ficou em frente de um dos tanques. Não podia acreditar. Mas continuei a tirar convencido de que iam matá-lo. Para minha surpresa, o tanque parou“, explicou o fotógrafo.
Em junho passado cumpriram-se 30 anos do massacre de Tiananmen, um acontecimento que até hoje o Governo continua sem reconhecer, evitando responsabilidades, negando as evidências e criminalizando as vítimas da repressão que colocaram um fim às manifestações de estudantes.
Até aos dias de hoje, a identidade e o destino do “homem do tanque” ainda não estão claros e a imagem permanece censurada na China.
Nascido em Bonham (Texas, EUA), Cole formou-se em jornalismo na Universidade do Texas em Denton em 1978 e, graças à profissão militar do seu pai, o seu trabalho estava frequentemente ligado ao exército, cobrindo conflitos como a revolta do povo filipino em 1985 ou as manifestações de estudantes sul-coreanos em meados dos anos oitenta.
Após um acidente de carro, a sua perna ficou partida e acabou por mudar de profissão para fotografia comercial.
// Lusa
Uma das imagens mais icónicas das manhãs cantantes do comunismo (as outras são coisas “agradáveis”, tipo, gulag, crânios das vítimas do Khmer Vermelho, as vítimas do Holodomor na Ucrânia, etc., etc.). Até parece suave, dado que a coluna de tanques parou. Mas o que foi feito do homem? Desapareceu como se nunca tivesse existido. se fosse possível perguntar-lhe se teve um destino suave, duvido que a resposta fosse afirmativa. Mas, simplesmente, o silêncio é a resposta.
O corajoso homem suponho que tenha sido persuadido por camaradas e retirou se.existe documentário BBC in Loco na altura dos acontecimentos