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Morreu atleta olímpica do Uganda regada com gasolina e queimada pelo namorado

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Johann Conus / wikimedia Commons

A atleta olímpica do Uganda Rebecca Cheptegei em 2022.

A atleta olímpica do Uganda Rebecca Cheptegei em 2022.

Rebecca Cheptegei, atleta do Uganda que participou nos Jogos Olímpicos Paris 2024, morreu depois de ter sido incendiada pelo namorado que a regou com gasolina.

A notícia da morte da atleta de 33 anos foi anunciada pelo responsável do Comité Olímpico do Uganda, Donald Rukare, numa publicação na rede social X, onde lamenta o “ataque cruel do namorado”.

O companheiro de Rebecca Cheptegei, identificado como Dickson Ndiema Marangach, terá encharcado a atleta com gasolina antes de a incendiar num ataque efectuado no domingo passado, à sua casa em Endebess, no Quénia, onde treinava e vivia, a cerca de 25 quilómetros da fronteira com o Uganda.

A atleta foi atacada quando voltou a casa com as filhas, de 9 e 11 anos, depois de ter estado na Igreja. Uma das filhas terá mesmo testemunhado o ataque, segundo os meios de comunicação quenianos.

“Ele deu-me um pontapé enquanto eu tentava correr para resgatar a minha mãe”, conta uma das filhas ao The Standard, do Quénia.

“Gritei logo por socorro, atraindo um vizinho que tentou apagar as chamas com água, mas não foi possível”, contou a menina.

“Queimaduras em 80 por cento do corpo”

A atleta sofreu queimaduras em 80 por cento do corpo, revelou o chefe interino do Hospital de Ensino e Referência Moi (MTRH), na cidade de Eldorect, no Vale do Rift, onde estava a ser tratada.

Todos os seus órgãos falharam ontem à noite”, revelou um médico do local à AFP nesta quinta-feira, confirmando a sua morte.

O namorado da atleta também ficou ferido no incidente, sofrendo queimaduras em 30% do corpo.

O incidente ocorreu poucas semanas depois de Cheptegei ter participado na maratona dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, onde ficou em 44º lugar.

“Este foi um acto cobarde e sem sentido que levou à perda de uma grande atleta. O seu legado permanecerá vivo”, salienta Donald Rukare no X, condenando “a violência contra as mulheres“.

Os últimos números do Gabinete Nacional de Estatísticas do Quénia, publicados em Janeiro de 2023, revelaram que 34 por cento das mulheres do país sofreram violência física desde os 15 anos de idade.

Em 2021, a fundista queniana recordista Agnes Tirop, de 25 anos, foi encontrada morta à facada na sua casa em Iten, em 2021. O ex-marido está a ser julgado pelo seu homicídio, mas negou as acusações.

ZAP // Lusa

 

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