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Moro responde a Sócrates: “Não debato com criminosos”

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Marcelo Camargo / Abr

O ministro da Justiça brasileiro, Sérgio Moro, afirmou na terça-feira que não “debate com criminosos” ao reagir às acusações do ex-primeiro-ministro português José Sócrates.

Em declarações ao canal Record TVEuropa, Sérgio Moro referiu-se a José Sócrates como um “criminoso”, mas não se alongou na resposta aos comentários do ex-governante português. “Em relação à pessoa em particular [José Sócrates], eu não debato com criminosos pela televisão. Então, não vou fazer mais comentários”, declarou o responsável pela pasta da Justiça brasileira.

Na segunda-feira, o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sérgio Moro, disse que há uma “dificuldade institucional” em Portugal em fazer avançar o processo contra o antigo primeiro-ministro José Sócrates, tal como acontece no Brasil.

“O Brasil está perto da centésima posição no Índice de Perceção da Corrupção, enquanto Portugal está entre a vigésima e a trigésima posição. É famoso o exemplo envolvendo o antigo primeiro-ministro José Sócrates [na Operação Marquês], que, vendo à distância, percebe-se alguma dificuldade institucional para que esse processo caminhe num tempo razoável, assim como nós temos essa dificuldade institucional no Brasil”, afirmou o governante e o ex-juiz responsável pela Operação Lava Jato.

Sérgio Moro falava na Conferência de Abertura sobre o Estado Democrático de Direito e o Combate à Criminalidade Organizada e à Corrupção, no VII Fórum Jurídico de Lisboa.

No mesmo dia, José Sócrates afirmou que o Brasil está a viver “uma tragédia institucional” e considerou que o atual ministro brasileiro da Justiça, Sérgio Moro, atuou como “um ativista político disfarçado de juiz“. Estas posições constam de uma nota enviada por José Sócrates à agência Lusa, em resposta ao ministro brasileiro da Justiça e Segurança Pública e ex-juiz responsável pela Operação Lava Jato.

O antigo líder do executivo português (2005/2011) declarou: “O que o Brasil está a viver é uma desonesta instrumentalização do seu sistema judicial ao serviço de um determinado e concreto interesse político”. Segundo José Sócrates, isto “é o que acontece quando um ativista político atua disfarçado de juiz”, acrescentando: “Não é apenas um problema institucional, é uma tragédia institucional. Voltarei ao assunto”, avisou.

O antigo primeiro-ministro português referiu que o atual ministro brasileiro, enquanto juiz, validou “ilegalmente uma escuta telefónica” entre a então Presidente da República, Dilma Roussef, e o seu antecessor na chefia do Estado brasileiro, Lula da Silva.

Sérgio Moro foi o juiz responsável pela condução da Operação Lava Jato, que desvendou grandes esquemas de corrupção na estatal petrolífera brasileira Petrobras, e pela prisão de empresários, ex-funcionários públicos e políticos de renome como o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O inquérito Operação Marquês culminou na acusação pela justiça portuguesa a 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – e está relacionado com a alegada prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.

José Sócrates, que chegou a estar preso preventivamente no âmbito deste processo durante dez meses e depois em prisão domiciliária, está acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.

// Lusa

12 Comments

  1. Igual a si mesmo. Acostumado a ações sumárias no Brasil, característica de hábitos ditatoriais, com toda a falta de cultura política democratica e humana, vem esse indivíduo à Portugal agir da mesma maneira. Se por cá as coisas não são boas, porque para aqui veio? Saiba Moro, até tramitsr em julgado, todo o indivíduo é inocente e só energúmenos, como é o seu caso, são capazes de atitudes sumárias.

  2. Bem, não acho que hajam grandes duvidas relativamente ao facto do socas ser um criminoso, mas essa é a nossa opinião, meros eleitores e contribuintes Portugueses!
    Relativamente às declarações do Juiz e Ministro Brasileiro, não pode com essa leviandade chamar criminosa a uma pessoa que não foi ainda julgada, vindo de um juiz fica-lhe mal e isso tem com certeza repercussões judiciais, vamos esperar para ver.
    De qualquer forma, a minha opinião é que socas não é anjinho nenhum, comeu e não foi pouco, à semelhança de outros tantos que pelo poleiro passaram.
    É triste ver como a classe politica se deixa chegar a este ponto!

  3. O novo fascista, ditador e criminoso brasileiro na sua arrogância “natural” faz parte de uma “direita hitleriana” e, com a falta de cultura democrática, consegue julgar sumariamente tudo o que é ou se diz de esquerda, como noutros tempos acontecia. Além disso, quem é ele para vir para aqui julgar seja quem for? Mas, a final, quem é este pacóvio? Julgasse quem? Ou é mesmo o novo hitler? Tomou de assalto o poder e agora faz o que bem lhe apetece? Já ganhou uma “medalha” de um membro da seita dele. Como ainda tens pouca idade, pode ser que venha o tempo de te aplicarem a verdadeira justiça.
    Fascista, ditador, arruaceiro, palhaço não te quero aqui. Rua. Vai fazer companhia ao Tr(a)ump(a).

  4. Não é aceitável – é mesmo condenável – que um ministro de um país estrangeiro venha a Portugal proferir afirmações destas contra políticos portugueses. Nem sequer está em causa se tem razão ou não. Acontece que num país a sério já teria sido reenviado à origem de uma forma célere.

  5. Esse indivíduo é antes de mais um desonesto. Disfarçou-se de juíz para conseguir uma carreira na política, já que as suas muito poucas competências não davam para mais. Ele é também um mal educado. Qualquer um sabe que por razões de cortesia nenhum político vai à terra do outro tecer considerações sobre mentirosas sobre a sua vida política. Este crápula também não sabe que antes do trânsito em julgado todos os cidadãos são inocentes. Claro, ele não sabe porque é lá do Brasil onde a criminalidade é endémica, e a esmagadora maioria dos políticos brasileiros, esses sim são bandidos. Esse réptil prestava um grande serviço a todos se ajudasse a acabar com as florestas de favelas que eles alimentam no seu país. Quanto ao Socrates vamos esperar que a justiça faça o seu trabalho. É assim num estado democrático e de direito.

  6. Gostaria De Parabenizar os Portugueses pelos comentários feitos por estes Nazista disfarçado de ministro. Aqui no Brasil vamos dar o troco para esses bandos de Galhofeiros e imbecis que se estalaram no poder

  7. Em Portugal é mais dificil combater os colarinhos brancos do que no Brasil. Basta ver a quantidade de políticos. Que estão presos desde o chamado MENSALÃO.

  8. Sérgio Moro perdeu toda a credibilidade (ou pelo menos parte dela) quando aceitou ser ministro da justiça de um governo tornado possível pelo afastamento do candidato que reunia, segundo as sondagens, a maior tendência de voto nas Presidenciais brasileiras (Lula da Silva). Mesmo que esse afastamento tenha sido justo e justificado (e este dado não é indiscutível, mesmo entre os seus pares do governo), o facto de ter aceitado ser ministro do governo presidido pelo candidato mais claramente beneficiado por essa situação (segundo as sondagens da época Bolsonaro só ganharia as eleições caso Lula da Silva não fosse a votos) gera natural desconfiança, pelo menos sobre o seu carácter. É que, como refere um antigo adágio, «à mulher de César não basta ser séria tem de parecer séria».

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