Rui Moreira voltou a garantir a liderança da autarquia portuense para os próximos quatro anos, mas sem maioria absoluta. Assim, terá de começar a pensar em possíveis acordos. PS e Bloco de Esquerda recusam compromissos. PSD vai cumprir mandatos sem pelouro. Já a CDU diz que é cedo para tomar decisões.
Se em 2017, o candidato independente conseguiu uma maioria absoluta, o mesmo não consegui nas últimas eleições autárquicas.
Nos próximos dias, Rui Moreira terá de decidir se o movimento que o elegeu irá governar a cidade de forma autónoma ou se fará acordos com outros partidos, sendo que alguns partidos já começam a abrir portas a conversações.
No caso do PS, chegar a um consenso pode não ser uma tarefa fácil. “O papel do PS é ir para a oposição”, afirma Tiago Barbosa Ribeiro, garantindo que a situação ocorrida no primeiro mandato minoritário de Moreira – em que o PS integrou o executivo com Manuel Pizarro e Correia Fernandes – não voltará a acontecer.
Por sua vez, também Sérgio Aires, considerado o grande vencedor da noite por ser o primeiro vereador eleito pelo BE em 22 anos, não quer ouvir falar em acordos. “Se Rui Moreira fizesse essa proposta estava a ser incoerente dado todo o historial que tem com o Bloco nomeadamente na Assembleia Municipal. E, depois, estamos em desacordo em praticamente tudo”, explica o bloquista ao Jornal de Notícias.
Já Vladimiro Feliz, que ficou em terceiro lugar na noite eleitoral, garante que os eleitos irão cumprir os mandatos como vereadores sem pelouro durante os quatro anos.
“O PSD vai cumprir com a proposta apresentada aos portuenses. Tudo o que, na nossa opinião, fuja aos interesses dos habitantes desta cidade e se oponha às linhas do nosso programa, vai contar com a oposição dos vereadores sociais-democratas”, realçou o social-democrata.
Por parte da CDU, Ilda Figueiredo afirma que “ainda é cedo” para ter uma opinião e que terá de refletir sobre os resultados, mas recorda que as incompatibilidades com Moreira são conhecidas.
O movimento de Rui Moreira conseguiu seis dos 13 mandatos, menos um do que nas autárquicas de 2017, contra três do PS, liderado por Tiago Barbosa Ribeiro, dois do PSD, que apresentou Vladimiro Feliz, um da CDU e um do Bloco de Esquerda (BE), que elegeu o sociólogo Sérgio Aires.
A um vereador da maioria no executivo, Rui Moreira entender-se com qualquer um dos partidos que conseguiram mandatos. Na assembleia municipal, um acordo com o PSD ou com o PS também estabilizam as contas.
No entanto, é de frisar que apesar de ser o PSD o partido mais próximo da área política de Rui Moreira, a relação com Rui Rio nunca foi a melhor — e, em teoria, pode ser mais fácil um consenso com o PS ou uma combinação entre CDU, BE, PAN e Chega.