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Moratórias terminam no final do mês, mas banca afasta catástrofe

As moratórias privadas para crédito à habitação terminam já no próximo dia 31 de março e não está previsto o seu prolongamento.

O ECO realça que as moratórias que vão terminar no final do mês representam uma pequena parte do total de moratórias que foram concedidas pela banca, pelo que, se vier a acontecer um grande problema, só começará a ser sentido depois do verão, altura em que está previsto o término das moratórias públicas.

Para já, está em causa a moratória criada pela Associação Portuguesa de Bancos (APB) para créditos hipotecários, nomeadamente as moratórias pedidas para créditos de segunda habitação que não encontram abrangidas pela moratória pública. E, segundo os bancos, é um número reduzido.

“A grande maioria, uma parte substancial, das moratórias hipotecárias são moratórias públicas e estão incluídas na moratória do Estado. Acompanhamos caso a caso, não tenho nenhuma razão para estar preocupado com as moratórias que vão expirar agora”, disse Miguel Maya, presidente do BCP, na semana passada.

Este banco tem 90% das moratórias da casa ao abrigo do regime público, enquanto outros 10% estão no regime da APB, o que leva o BCP a falar em “casos pontuais”.

Já o BPI, com um quarto das moratórias a expirarem dentro de semanas, sublinhou que quase 100% dos clientes que pediram suspensão dos créditos não viram a sua situação financeira agravar-se nos últimos tempos, apesar da pandemia e do impacto na economia.

“Temos feito um acompanhamento muitíssimo de perto das moratórias. Mais de 98% dos clientes com moratória não pioraram a sua situação financeira e, por isso, não antevemos, para já, um problema significativo”, disse o presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, no início do mês passado.

Com o fim das moratórias a aproximar-se, os bancos preparam reestruturações dos contratos, mas só para as situações mais delicadas de quem se encontre privado de rendimentos ou em situação de desemprego.

De acordo com o ECO, tanto a Caixa Geral de Depósitos como o BCP já admitiram soluções para os casos mais delicados, designadamente através de uma reestruturação dos contratos, com alargamento dos prazos ou flexibilidade nos juros. Os outros bancos também terão de o fazer, porque assim determina a lei.

Liliana Malainho, ZAP //

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