O Governo está a preparar uma revisão da moratória pública do crédito, que será estendida no tempo e incluirá outras categorias de financiamento, passando ainda a abranger as casas dos emigrantes e o crédito ao consumo.
Segundo apurou o ECO, nessa revisão, que está a ser discutida, o Governo pretende estender a moratória no tempo, possivelmente até final do ano, ou, em setores com mais dificuldade, para o final do primeiro trimestre.
Discutido também está a ser o alargamento da moratória pública ao crédito ao consumo, cujos contratos que estão atualmente abrangidos apenas pelas moratórias privadas. A moratória pública deverá ainda responder às preocupações quanto às segundas habitações e à questão dos emigrantes.
Ao ECO, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) declarou que tem vindo manifestar “junto das autoridades a sua posição favorável ao prolongamento do seu prazo de vigência [das moratórias dos créditos], tendo em particular transmitido esta disposição ao Governo e dado contributos para a sua efetiva concretização”.
“No que respeita em concreto às moratórias, e havendo uma perceção crescente de que a retoma da economia e da capacidade financeira das famílias e empresas levará mais tempo do que se podia prever, a APB vem manifestando junto das autoridades a sua posição favorável ao prolongamento do seu prazo de vigência, tendo em particular transmitido esta disposição ao Governo e dado contributos para a sua efetiva concretização”, adiantou.
A moratória pública para aliviar os encargos com prestações no período mais agudo da crise pandémica foi aprovada pelo Governo a 26 de março. Até final de abril, os bancos receberam quase 569 mil pedidos para a suspensão temporária das prestações do crédito, tendo aprovado cerca de 90% dos pedidos, revelou há poucos dias o Banco de Portugal.
No total, foram já concedidas 514,75 mil moratórias ao abrigo do regime público e privado.