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Moody’s mantém Portugal no “lixo” (e é multada por inflacionar créditos)

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James Butler / Flickr

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A agência de notação financeira Moody’s manteve esta sexta-feira inalterado o rating de Portugal em Ba1, optando por não fazer uma nova avaliação.

Segundo um comunicado publicado na sexta-feira à noite no site da Moody’s, a agência financeira não se pronunciou sobre Portugal, ao contrário do que era esperado, prolongando assim o rating de nível Ba1, que situa a dívida portuguesa num nível especulativo (ou “lixo”).

A Moody’s dá atualmente à República Portuguesa um ‘rating’ de Ba1 com perspetiva estável, estando agora previstos novos pareceres para os dias 05 de maio e 01 de setembro.

Portugal continua assim dependente da DBRS, a única agência de notação que atribuiu à dívida pública portuguesa um nível não especulativo, para obter financiamento do BCE.

EUA multam Moody’s por inflacionar créditos hipotecários

A agência de notação financeira Moody’s acordou pagar uma multa de 864 milhões de dólares pelo seu papel na sobreavaliação de obrigações hipotecárias de alto risco antes da crise de 2008, informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

“A Moody’s não cumpriu com os seus próprios critérios de avaliação de crédito e falhou no seu compromisso com a transparência no período prévio à grande recessão”, afirmou em comunicado o procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Bill Baer.

A investigação do Departamento de Justiça, que gerou a multa anunciada na sexta-feira, tinha demonstrado que a Moody’s enganou os investidores ao inflacionar a qualidade de créditos hipotecários durante os anos prévios ao colapso financeiro de 2008.

A agência utilizou um método diferente e mais brando para efetuar estas avaliações, em relação ao que disse ter usado.

“Os investidores confiavam que as avaliações de crédito da Moody’s fossem objetivas e independentes, e naturalmente esperavam que a Moody’s seguisse os seus próprios métodos publicados”, disse o procurador Benjamin C. Mizer, chefe da divisão civil do Departamento de Justiça.

Com o acordo alcançado, a Moody’s reconhece estas práticas irregulares.

Em 2015, os Estados Unidos multaram a agência de ‘rating’ Standard & Poor’s (S&P) em 1.325 milhões de dólares por inflacionar obrigações hipotecárias de alto risco, e no ano passado multaram a Godman Sachs, com quem alcançaram um acordo por 5.100 milhões de dólares.

A multa mais alta imposta pelo Governo dos Estados Unidos pela crise do ‘subprime’ foi aplicada em 2014 ao Bank of America, cerca de 16.500 milhões de dólares, enquanto recentemente o Deutsche Bank acordou pagar 3.100 milhões de dólares.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. Discordo desta “nota” mas, sendo a Moody’s “ou qualquer outra agência destas americana, é previsivel. A DBRS (agência Canadiana) tem mantido outra postura, mais honesta e mais séria, quanto a mim, mas vamos ver se também não virão a render-se a outros interesses.

    • Ó Zorro você está no país errado. Conhece a história da DBRS? Se todas estas agências cumprissem apenas o seu papel já há muito tempo que as torneiras estavam todas fechadas aqui para o feudo.

      • Tinha dito a mim mesmo que não participava mais em debates aqui nem vou fazê-lo. Vou apenas dar-lhe alguns esclarecimentos.
        Conheço a DBRS desde a data da sua fundação em 1976, altura em que iniciou atividade mas….adiante. Talvez conheça melhor até estas agências do que o senhor, e por aqui me fico.
        Quanto ao papel das agências de rating principais ( as americanas ) tenho a dizer-lhe que não cumprem, de todo, o seu papel. Trata-se objectivamente de “um mercado” bem guardado. Sabia que a China também tem agências de rating? Tem duas para ser mais exato mas, como o “mercado” é dominado pelas americanas (que nem de longe são as mais sérias ou fidedignas, pelo que lhe expliquei antes) , acabam por ser as que têm maior peso e impacto nos mercados financeiros. Estas agências ( americanas ) estão hoje na mão de grandes interesses obscuros, especulativos na maioria, que classificam de acordo com aquilo que os tais interesses que os suportam mandam e não da forma como deveriam fazer, isto é, uma análise séria dos parâmetros macroeconómicos ( no caso especifico dos Países ) com a correspondente classificação de dívida.

      • Aliäs, a melhor prova do que escrevi está aqui no texto da notícia. Esta agência foi multada porque comete “práticas irregulares” e isto é desvirtuar o seu papel. É novidade para si? Pois, para mim não.

      • Tu é que deves estar no planeta errado!…
        Torneiras fechadas?! E depois iam mamar onde?!…
        Pois…
        Estas “crises” dão milhões a muita gente!…

      • Mas não tenha mais infima duvida que é mesmo assim como referiu. E digo-lhe mais, as “crises” fazem parte de ciclos económicos, geralmente de 10 em 10 anos há uma crise mas, algumas vezes, em contra-ciclo ou não, as “crises” são intencionalmente provocadas.
        Caro ” Eu! “, nas “crises”, quando chegam ao fim e sa faz o balanço, quem tinha mais ficou com mais ainda e quem tinha menos ainda perdeu.

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