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Montemor-o-Velho. Matos Fernandes promete reparação dos diques em dois meses

Paulo Novais / Lusa

O presidente do concelho de Montemor-o-Velho diz que o risco de inundações se mantém. Já o ministro do Ambiente garante que, em colaboração com a EDP, já há dois metros de folga de água nas barragens e que trégua da chuva permitirá reforçar os diques até final de fevereiro. 

Esta segunda-feira, João Pedro Matos Fernandes, ministro do Ambiente e da Ação Climática, anunciou que o Governo vai recuperar os dois diques que ruíram este fim de semana no Mondego, em Montemor-o-Velho, trabalhos que estarão “completamente concluídos no prazo de dois meses“.

“O risco de atingir Montemor-o-Velho nunca é nulo, mas neste momento é muitíssimo reduzido”, disse, adiantando ainda que no domingo se começaram a reforçar os diques nos pontos pontos mais vulneráveis. “Nos sítios das ruturas não temos maneira de fazer chegar as máquinas nos próximos 15 dias. Vamos ter de esperar que o terreno seque, até porque nos próximos 10 ou 12 dias não são previsíveis chuvas.”

De acordo com o Expresso, Matos Fernandes justificou o colapso dos diques com a pressão de água muito superior aos limites para os quais foram projetados, mas escusou-se a comentar as acusações da Quercus, por uma questão de “vergonha alheia”.

A associação advertiu há um ano para um cenário de inundações na região e lamentou que os alertas “de nada serviram e centenas de pessoas veem as suas casas em risco”.

A autarquia avança que a maioria dos deslocalizados já regressou a casa, mas os prejuízos ainda estão por avaliar. Maria do Céu Albuquerque, ministra da Agricultura, disse que o cenário, nesta segunda-feira, era mais tranquilo graças ao trabalho da Proteção Civil, em coordenação com a Câmara e o Ministério da Administração Interna. No entanto, sublinhou que o que se passa no Mondego “é preocupante“.

Em relação à reparação dos diques, e de forma a acelerar as obras, o ministro Matos Fernandes assegurou que o Estado está “muito articulado” com a EDP, tendo sido “pedida e combinada uma redução do volume de água” nas barragens de Aguieira e de Fronhas.

Segundo o Expresso, a estratégia é garantir que a pressão do caudal em Montemor seja menor, para que “boa parte da água volte a entrar no leito do rio”.

Autarquia pede mais meios ao Governo

Emílio Torrão, presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, disse que a situação do colapso dos diques está sob controlo, “mas que o risco existe”, tendo já pedido ao ministro do Ambiente que a EDP pudesse suspender as descargas na barragem da Agueira.

Além disso, solicitou ao Governo um reforço de meios para prevenir novas derrocadas e apoio às populações. O autarca advertiu ainda que os diques “estão extremamente fragilizados”, avançando que o estado de emergência municipal é para continuar.

“O alerta de risco máximo de inundação é inquestionável. Os diques em causa não estão preparados, não foram construídos para este tipo de esforço. O risco mantém-se”, avisou Emílio Torrão, apesar de o nível da água do Mondego estar a baixar.

ZAP //

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