O presidente da Câmara de Lisboa defende a rodagem de uma produção da Netflix na zona do Chiado e da Mouraria, durante a noite, com perseguições de carros e disparos de armas de fogo. Carlos Moedas diz que a cidade “não pode recusar” esta oportunidade.
As filmagens vão decorrer em Julho, entre as 18 horas e as 8 da manhã, vão incluir “efeitos de fogo, armas de fogo, colisões entre automóveis, perseguições com automóveis e motociclos, perseguições de motociclos pelas escadas e escadinhas dos bairros e outros diversos efeitos especiais na Baixa, Chiado e Mouraria“, conforme já anunciou a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior que se insurge contra a iniciativa.
Os responsáveis da Junta lamentam o “impacto negativo” que as filmagens organizadas pela produtora Ready to Shoot vão causar na “qualidade de vida e no direito ao descanso” dos moradores da zona.
Mas Carlos Moedas considera que esta é uma oportunidade que Lisboa “não pode recusar”. “Temos que voltar a fazer de Lisboa a grande referência europeia e uma verdadeira cidade do mundo”, escreve o presidente da Câmara no Twitter.
“Este é o momento de voltar a dar a oportunidade às pessoas de relançarem a sua vida, relançando a cultura, a economia e a inovação”, aponta ainda, salientando que “ter grandes organizações internacionais interessadas em projectar a nossa essência é uma oportunidade que Lisboa não pode recusar”.
“Só assim defendemos quem cá vive e podemos oferecer uma perspectiva de esperança e de melhor qualidade de vida“, constata.
Moedas também promete que vai sempre “defender os interesses dos lisboetas e da nossa Lisboa”.
Temos que voltar a fazer de Lisboa a grande referência europeia e uma verdadeira cidade do Mundo. Mantendo a nossa essência, a nossa identidade que tanto nos diferencia de outras cidades. pic.twitter.com/KY2VVJFiAp
— Carlos Moedas (@Moedas) February 22, 2022
Em reacção a esta publicação de Moedas, há quem concorde com o autarca, como é o caso do utilizador do Twitter André Júdice Glória, notando que “seria uma patetice não permitir” as filmagens da Netflix. “Acho lindamente, é sinal de investimento em bens culturais em Portugal”, aponta ainda.
Mas há muita gente a criticar a atitude do presidente da Câmara de Lisboa, como a eurodeputada Margarida Marques, eleita pelo PS, que nota que “Moedas enganou-se na expressão verbal: onde se lê “voltar a fazer” deve ler-se “manter”“.
Luís Carvalho, outro utilizador do Twitter, recorda a Moedas que “Lisboa já existia antes” dele e “com imensas coisas boas”. Bruno Azambujo reforça, noutra publicação na mesma rede social, que “Lisboa já é tudo o que [Moedas] refere” e “há muitos anos”.
“Isto de andar lá por fora é no que dá”, nota ainda Manuela Vieira, também no Twitter, enaltecendo que “o excelente presidente que foi Fernando Medina já deixou a papinha toda feita“.
Por seu lado, Ismael Eduardo do GRITAH (Grupo de Intervenção e Acção Humanitária Organização Não Governamental Para o Desenvolvimento) diz, noutra publicação no Twitter, que tem visto em Moedas “um homem gélido que não conhecia” e que “mostra uma desumanidade que não é fácil de entender”.
“Será que as filmagens têm que ser feitas em dias seguidos?”, pergunta ainda Ismael Eduardo, respondendo que “podiam ser feitas dia sim, dia não”.
“Ainda não lhe conheci uma medida, uma acção… nada… só frases da tanga“, repara, por seu turno, Miguel Peres, outro utilizador do Twitter.
Paguem aos moradores pelo incómodo o suficiente para eles ficarem contentes. Fácil
Também acho, pagando, pode ser que não se incomodem. E achei muito engraçado que os PS´s venham defender que o anterior autarca PS fez tudo… se fez, porque não ganhou??? Os lisboetas são ingratos??? que eu saiba, não.
Oratória de xuxas indignados pela perda da câmara da capital!
“o excelente presidente que foi Fernando Medina”, o tal amigo da Rússia que está agora a assustar o mundo, como se tratasse de um novo Hitler.
Devia era permitir a continuação da construção da linha de metro. As cidades são para serem sempre evolutivas e cada vez mais modernas. As obras já começaram, já se gastou tanto dinheiro e agora quer impedir a cosntrução.
Isto não passa de política suja e esse presidente de junta vassalo do PS, quer protagonismo agora que a camara é PSD. Vamos ver se esse heroi da freguesia volta a utilizar os mesmos argumrntos nas festas de santo antonio ou quando os turistas voltarem em massa.
A seguir vai haver um filme de ataque a profissionais de saúde num hospital por um grupo de uma determinada etnia que a censura não permite nomear o nome sob pena de o que escrevo não ser publicado!
Se fosse o Medina a defender as filmagens estava tudo bem….ressabiados estes xuxas!
E claro…parece que a essência de Lisboa é andar aos tiros pelas escadas abaixo e estragar carros pelas escadas acima!
Realmente tudo isto é…fado!
Bom dia. Gostaria de referir e antes que me critiquem, que não sou contra o desenvolvimento, expansão, progresso e modernidade. No entanto e para evitar males irreversíveis, tudo deve ser feito com conta, peso e medida. Será que o Senhor Presidente da Câmara de Lisboa teria a mesma opinião se tudo isto fosse feito à porta de SUA casa? Provavelmente não. Felizmente, não resido em Lisboa, mas os meus sogros sim… até gostaria, mas a Lisboa dos Lisboetas há muito tempo que não existe, doa a quem doer. O que ganham estes residentes para além de incómodo? Rigorosamente nada! Aliás, à conta do TURISMO DESENFREADO e procura do lucro fácil, Lisboa é cada vez mais suja, caótica, elitista e CARA! Mas CARA p/nós, Portugueses! Para os TURISTAS continua a ser baratíssima, resta saber até quando… Cidades como Londres, Paris e Roma, que há muitos anos estiveram onde LISBOA está agora, lutam desesperadamente por recuperar alguma tranquilidade, paz e sossego… E agora, os turistas procuram outras “paragens”, como Lisboa. Ainda estamos a tempo de pôr “travões” e “limites” mas, para isso, é preciso ter coragem! E partidarismos à parte, não me parece que verdadeiramente alguém tenha interesse nisso…
Obrigada e cumprimentos.
Maria, a lógica e a razão nem sempre estão de mãos dadas.
Concordo com tudo (ou quase) do que escreveu, pala lógica.
No entanto pela razão, durante o confinamento os lisboetas, especialmente da Mouraria, queixavam-se pela falta de turismo, pelo cancelamento das festas populares, pela falta actividade na rua que prejudicou muito o negocio pessoal.
Ora então as festas populares onde se vende uma sardinha assada no grelhador à porta de casa a 2,50 EUR e sem factura, não se faz todas as noites durante aquele período, não me recordo ser feita noite sim, noite não.
Das vezes que la tive sempre duraram até às 3 ou 4 da manhã com ruído muito superior ao de explosões e os moradores não se queixam, alias, queixaram-se quando não lhes deixaram fazer.
Aqui a razão dita que a sociedade é de uma forma geral hipócrita.
Somos contra o trabalho infantil mas ficamos todos no sofá a ouvir os miúdos nos concursos de canções depois do jantar (em directo), nessa altura as horas que os miúdos passam a treinar não conta como trabalho e o ja passar da hora dos putos estarem a dormir não interessa. (quando os miúdos representam em novelas também não estão a trabalhar!)
Somos contra o mau trato animal mas levamos os meninos ao circo para ver o tigre e o elefante a actuar, como se os animais aprendessem a ler livros.
Fechamos um pais porque os idosos estão a morrer com uma doença que não podemos controlar, mas batemos palmas e chamamos heróis aos jovens de 20 anos que por decisão são enviados para guerras (que podemos ter algum controle) e sabemos que 30 ou 40% não vão voltar (como na Ucrânia)
Caro Paulo L., boa tarde e obrigada por me responder.
Precisamente, e também faço minhas as suas palavras, em quase tudo…
É muito difícil agradar a todos… como em tudo na vida.
Grata, resto de boa tarde p/si.