“Direito ao descanso e tranquilidade”. Junta contra filmagens noturnas da Netflix na Baixa de Lisboa

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g-rtm / Flickr

Santa Maria Maior, em Lisboa

A Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, está contra o plano de filmagens noturnas apresentado para uma produção para a Netflix, alegando que vai ter um impacto negativo na qualidade de vida dos residentes.

Em comunicado, a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, manifestou a sua “apreensão e oposição” perante a “possibilidade de ocupação abusiva do espaço público prevista num plano de filmagens” de uma produção televisiva para a Netflix.

A autarquia destaca, segundo a CNN Portugal, o “impacto negativo que estas filmagens – oito noites seguidas e dois dias – causarão na qualidade de vida, no direito ao descanso e tranquilidade e no direito à mobilidade dos moradores das zonas contempladas”.

As filmagens, previstas para o mês de julho (oito dias seguidos entre as 18h00 e as 8h00), vão recorrer “a efeitos de fogo, armas de fogo, colisões entre automóveis, perseguições com automóveis e motociclos, perseguições de motociclos pelas escadas e escadinhas dos bairros e outros diversos efeitos especiais na Baixa, Chiado e Mouraria”.

A nota realça que, tendo em conta estes aspetos, “não deixarão de provocar um grande incómodo para a população residente, sobretudo para as famílias com crianças e para os idosos”.

A Junta de Freguesia lamenta, assim, que o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, “tenha já manifestado o seu entusiasmo pela sua realização, sem primeiro conhecer a opinião ou parecer da Junta de Freguesia”.

À CNN, o presidente da junta Miguel Coelho explicou que foi informado do plano em outubro, pela produtora portuguesa Ready to Shoot, que está a trabalhar com uma produtora estrangeira neste projeto.

“Foi uma cortesia da parte deles, uma vez que a Junta de Freguesia não tem qualquer autoridade para autorizar ou proibir estas filmagens. Isto foi tratado com a Lisboa Film Comission e com a Câmara Municipal de Lisboa”, revelou o autarca.

“Disse-lhes imediatamente que não concordava com o plano, uma vez que aquela intensidade das filmagens iria ter um impacto enorme na freguesia e seria uma agressão muito grande para aqueles que ainda resistem e moram nesta freguesia”, continuou.

A Junta está, por isso, “disponível para trabalhar no sentido de encontrar uma solução aceitável e com menor impacto negativo para as pessoas”.

ZAP //

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1 Comment

  1. Quando se tem bois como presidentes de junta é o que dá. Claro que são 8 ou 10 dias de incómodos mas tem publicidade, visibilidade e divulgação gratuitas, mas o anormla não tem capacidade para ver isso. Quando a junta dele faz obras que demoram mais do que o previsto também não provoca incómodo nos moradores e nos comerciantes?
    Ah mas isso não interessa, não é disso que estamos a falar diz o presidente da junta,só para não entrar mosca
    E assim vamos andando e rindo.
    O que vale é o anormal não ter voto na matéria, mas imaginem a regionalização e a descentralização com estes anormais !!!

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