Naquela que foi a sua primeira ação no período oficial de campanha, Carlos Moedas encheu o Teatro Trindade, em Lisboa, para o último esforço de derrotar Fernando Medina.
O candidato da coligação Novos Tempos à Câmara de Lisboa entrou na sala ao som de “Busy Earnin”, dos Jungle, e despediu-se com “Heroes”, de David Bowie, com a plateia em peso a dançar e a cantar o seu nome.
O candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS quer libertar Lisboa do “socialismo da arrogância, prepotência e impunidade”, primeiro, para depois libertar o país do mesmo mal. Para isso acredita ter dois trunfos: a bipolarização e o fator diferença.
Perante uma plateia com bandeiras da coligação Novos Tempos, Carlos Moedas sublinhou: “Eu sou um político diferente, que vem de uma vida diferente; eu consigo ser consensual; acredito nos políticos e na política, mas também acredito que os políticos sem os não políticos não seriam os mesmos”, cita o Público.
Prometeu ainda passar os próximos 12 dias a “bater a todas as portas“, embora não o tenha feito esta terça-feira nem se prepare para fazer esta quarta-feira porque é dia de debate televisivo.
Carateriza o executivo de Medina como um que “privilegia uns em detrimento de outros”, que prima pela “arrogância, a prepotência, a impunidade e a falta de transparência”, e que é o expoente máximo de um “socialismo nocivo”.
No seu discurso, Moedas clarificou vários aspetos para a mudança de Lisboa, evidenciando que quer um implementar um poder mais transparente, com menos impostos, transportes gratuitos para mais velhos e mais jovens acesso à saúde para quem precisa, condições de habitação para os mais jovens.
Sabendo que, de acordo com todas as sondagens até agora divulgadas, ainda está atrás de Fernando Medina, Moedas aproveitou ainda o seu primeiro discurso de campanha para tentar bipolarizar a corrida e apelar ao voto útil. “Se querem mudar só podem votar ‘Novos Tempos’. Somos os únicos que podem fazer essa mudança”, referiu.
“Podemos abrir aqui uma esperança para os nossos filhos. São tantos anos dos mesmo, na Câmara e no Governo, a culpabilizar o passado do passado, sem nunca terem culpa. Esta mudança começa hoje e começa em Lisboa“, atirou.
Uma mensagem repetida minutos antes por Isabel Ayuso e Adolfo Mesquita Nunes, mas também por Pedro Simas, candidato a vereador, e Isabel Galriça Neto, cabeça de lista à Assembleia Municipal de Lisboa: a direita, uma parte da direita pelo menos, sonha com uma vitória na capital para precipitar o fim de ciclo de António Costa e do PS.
“Estamos prontos ou não estamos prontos?”, perguntou por três vezes Carlos Moedas, antes de se despedir com a promessa de lutar em “cada porta, em cada bairro e em cada freguesia“.