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Mnangagwa vence eleições no Zimbabué. Oposição não reconhece resultados

Mike Hutchings / Pool / EPA

O Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa

O Presidente cessante do Zimbabué e antigo braço direito de Robert Mugabe, derrubado em novembro, foi proclamado vencedor, à primeira volta, da eleição presidencial, com 50,8% dos sufrágios, anunciou a comissão eleitoral.

Emmerson Mnangagwa superou o líder da oposição, Nelson Chamisa, que obteve 44,3% dos votos, detalhou a presidente da comissão, Priscilla Chigumba, durante uma conferência de imprensa em Harare, organizada em ambiente de tensão, com os militares a partilharem as ruas da capital.

Com 50,8% dos votos, “Emmerson Mnangagwa Dambudzo, do partido Zanu-PF, é por consequência declarado Presidente eleito da República do Zimbabué, a partir de 3 de agosto”, acrescentou.

Minutos antes do anúncio dos resultados, Morgan Komichi, um porta-voz da oposição tinha tomado a palavra, durante a conferência de imprensa da comissão eleitoral, para denunciar os “resultados falsos”.

De acordo com a TSF, Chamisa pediu no Twitter que a Comissão Eleitoral divulgue os resultados eleitorais verificados e aprovados pelos partidos, considerando ser um “escândalo” que o tenha feito sem o aval de todos. “O nível de opacidade, falta de verdade, decadência moral e défice de valores é desconcertante”, escreveu.

Mnangagwa dirige o Zimbabué desde o derrube em novembro de Robert Mugabe, obrigado pelos militares e pelo seu partido, Zanu-PF, a demitir-se ao fim de 37 anos no poder.

Desde a sua independência em 1980, o país só conheceu dois chefes de Estado, ambos do Zanu-PF: Mugabe e Mnangagwa, o seu antigo vice-presidente, de 73 anos, que obteve hoje a legitimidade eleitoral.

No Twitter, o novo Presidente falou de um novo começo para o país, agradeceu a vitória e diz que, embora tenha havido divisão nas urnas, o país está “unido nos sonhos”. “Vamos dar as mãos em paz, unidade e amor e juntos construir um novo Zimbabué para todos!”, pode ler-se na rede social.

Os protestos contra estas eleições já mataram seis pessoas.

ZAP // Lusa

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