Apesar de haver membros biónicos altamente articulados, concebidos para detetar os sinais musculares residuais e imitar roboticamente os seus movimentos pretendidos, a destreza de alta tecnologia tem um custo muito alto.
Recentemente, engenheiros do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e da Universidade Jiao Tong, na China, desenvolveram uma neuroprótese macia, leve e de baixo custo.
De acordo com o comunicado do MIT, o novo dispositivo é também surpreendentemente durável, recuperando rapidamente após ter sido atingido com um martelo ou atropelado por um automóvel.
Com apenas meio quilo, os componentes da mão inteligente totalizam um custo de cerca de 500 dólares (aproximadamente, 426 euros) – uma pequena parte do peso e do custo do material associado a membros inteligentes mais rígidos.
A mão insuflável é feita de um elastómero chamado EcoFlex que poderá dotar os amputados de alguma sensibilidade outrora perdida graças ao sistema de feedback tátil.
“Isto ainda não é um produto, mas o desempenho já é semelhante ou superior às neuropróteses existentes, o que nos entusiasma. Há um enorme potencial para tornar esta prótese macia de muito baixo custo acessível a famílias de baixos rendimentos que sofreram de amputação”, reagiu Xuanhe Zhao, professor de engenharia mecânica e de engenharia civil e ambiental no MIT.
Ao contrário de outras, esta neuroprótese não utiliza motores elétricos. Em vez disso, conta com um sistema pneumático que incha e dobra os dedos em forma de balão.
Desta forma, a mão consegue assumir várias posições e pegas, permitindo ao amputado executar ações como acariciar um gato ou pegar num gelado. Para percecionar o que o utilizador pretende gesticular, utiliza um software que descodifica a eletromiografia que o cérebro emite para um dos membros.
Durante os testes, dois voluntários demoraram cerca de 15 minutos a perceber o funcionamento da neuroprótese.
Depois disso, foram convidados a realizar um conjunto de testes para demonstrar a força e destreza manual, com tarefas que incluíam virar páginas, escrever com uma caneta, levantar bolas pesadas e apanhar objetos frágeis, como morangos e pão.
Os voluntários repetiram os mesmos testes utilizando uma mão biónica mais rígida e comercialmente disponível. A equipa descobriu que a nova prótese insuflável era tão boa – ou até melhor -, em comparação com a sua contraparte rígida.
O artigo científico foi publicado na Nature Biomedical Engineering no mês passado.