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Mirror condenado a indemnização recorde por escutas ilegais

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O grupo editorial britânico Mirror foi esta quinta-feira condenado a pagar mais de um milhão de libras em indemnizações por danos morais a oito figuras públicas, cujos telefones foram colocados sob escuta por jornais daquele grupo.

O antigo jogador de futebol Paul Gascoigne vai receber 188,2 mil libras (262,8 mil euros), enquanto a atriz britânica Sadie Frost terá direito a 260,2 mil libras (cerca de 366 mil euros), segundo uma decisão do Supremo Tribunal de Londres.

No total, o grupo editorial Mirror (MGN), que publica entre outros títulos o Daily Mirror e o Sunday Mirror, irá pagar cerca de 1,2 milhões de libras (1,6 milhões de euros) em indemnizações, um montante “sem precedentes”, segundo qualificaram os advogados das vítimas.

O grupo editorial, que aceitou o princípio de compensar as vítimas, afirmou que vai ponderar um possível recurso para contestar o montante.

A empresa revelou ainda que conta com um montante suplementar, cerca de quatro milhões de libras (5,6 milhões de euros), para cobrir possíveis novas condenações por invasão da vida privada.

Em termos globais, o fundo do grupo MGN ascende a 16 milhões de libras (cerca de 22 milhões de euros).

Um dos advogados das vítimas, James Heath, indicou que está a preparar “a coordenação de um grande número de queixas adicionais contra o grupo MGN”.

Wipsenade / Wikimedia

O caso de hacking do voice-mail de Milly Dowler, de 13 anos, raptada e assassinada em 2002, levou ao encerramento do News of the World

O caso de hacking do voice-mail de Milly Dowler, de 13 anos, raptada e assassinada em 2002, levou ao encerramento do News of the World

Em fevereiro passado, os responsáveis do grupo editorial britânico apresentaram publicamente desculpas por terem intercetado as comunicações telefónicas, nomeadamente as mensagens, de diversas celebridades a partir dos anos 2000.

A imprensa tabloide britânica foi afetada nos últimos anos por alguns escândalos envolvendo escutas ilegais.

Um dos casos mais mediáticos de escutas ilegais na Grã-Bretanha envolveu Milly Dowler, uma rapariga britânica de 13 anos raptada e assassinada em 2002.

O caso, divulgado no verão de 2011, acabou por ditar o encerramento do jornal News of the World, propriedade do magnata dos media Rupert Murdoch.

Enquanto Milly estava desaparecida, o News of the World acedeu ilegalmente ao voice-mail da adolescente.

Murdoch acabaria por indemnizar a família de Milly Dowler com dois milhões de libras (2,8 milhões de euros) após um acordo amigável.

Andy Coulson, ex-chefe de redação do jornal britânico e antigo conselheiro de comunicação do primeiro-ministro David Cameron, foi condenado no ano passado a 18 meses de prisão por este caso. Coulson está atualmente a ser julgado por acusações de perjúrio por um tribunal escocês.

O jornal News of the World também foi acusado de ter intercetado mensagens de membros da família real britânica, de políticos, futebolistas, atores e músicos.

ZAP / Lusa

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