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Miranda Sarmento “desapareceu”

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António Cotrim / LUSA

O ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento

Numa fase em que fala tanto sobre défice, IRS, ou outras medidas fiscais, o Ministro das Finanças deixou de falar. Está a fazer contas?

Se procurar por Miranda Sarmento nas notícias no Google, verifica que as últimas indicações foram há praticamente um mês, sobre a sua audição no Parlamento durante a qual se focou no IRS.

Espreitámos a agência Lusa, procurámos por “Miranda Sarmento” e os resultados são… “Nenhum resultado encontrado”.

Se procurar por Miranda Sarmento aqui mesmo no ZAP, verá que a última referência é precisamente a tal audição sobre o alívio no IRS. Uma audição realizada no dia 16 de Maio.

Onde está o ministro das Finanças? Ou “onde está o Wally?”, como se ouviu na rádio Observador.

Alexandra Machado nota que Miranda Sarmento “desapareceu” ao longo do último mês. E num momento em que vê os “cofres públicos a começarem a esvaziar por antecipação”, devido a medidas do Governo e da oposição.

O início do seu mandato foi “infeliz”. Agora, opta por “desaparecer”, reforça a editora de economia.

Alexandra lembra a “derrota” no IRS, num tema em que o PS é que conseguiu que a sua proposta fosse aprovada pelos deputados; a proposta de PSD e CDS não passou.

Além disso, quando Luís Montenegro falou sobre o IRS, Joaquim Miranda Sarmento estava ao lado do primeiro-ministro mas nem falou nessa conferência de imprensa.

Também houve “derrota nas ex-SCUT e meia-derrota no IVA da electricidade” – sempre sem o ministro das Finanças aparecer.

Mesmo na “vitória” do Governo, sobre a isenção de IMT e Imposto de Selo para os jovens, quem falou sobre o assunto em nome do Governo foi Margarida Balseiro Lopes – que é ministra da Juventude e da Modernização.

Essa medida, sozinha, tira ao Estado cerca de 100 milhões de euros. O que se junta aos 157 milhões de euros no fim de algumas portagens, ou aos 1.500 milhões de euros (valor total) no alívio no IRS.

“No meio disto tudo, com alertas do Banco de Portugal, do Conselho das Finanças Públicas, da Unidade Técnica de Apoio Orçamental sobre as facturas que já se andam a passar por antecipação… Miranda Sarmento desapareceu. E eu gostava de ouvir o que o ministro das Finanças tem a dizer sobre isto“, finalizou Alexandra Machado.

ZAP //

6 Comments

  1. O que é que a senhora jornalista Alexandra Machado disse sobre o PS, com o aval do Chega, ter eliminado as SCUT, quando antes da demissão do governo anterior era uma questão completamente impensável, irresponsável até (não é que a medida não seja mais que justa para o interior, mas a questão é o oportunismo político)?
    O que a mesma senhora disse quando, em alternativa ao alívio ligeiro do IRS sobre a classe média, foi aprovada pelo PS, mais uma vez com o aval do Chega, uma medida diferente, na qual adeus classe média?
    O que disse ainda sobre a realização de despesa desmedida (compromissos) e não orçamentada por parte do governo anterior durante o período que estava em gestão?
    O que diz sobre o cerco sanitário que o PS tanto fazia questão de fazer ao Chega, mas está comprovado que esse cerco está a ser feito ao governo (que está a ser penalizado por manter a sua palavra de honra)?
    O que diz sobre as palavras do líder da oposição, quando na última noite eleitoral, disse com um grande desplante que, retirado o Chega da equação (democracia à medida solialista), a esquerda é maioritária no parlamento?
    Por favor; a senhora jornalista está preocupada com o silêncio de um ministro e não a incomoda estas questões que coloquei em cima da mesa? Retrate-se, por favor. Aja paciência

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  2. Não é, por si só, mau que um ministro fale menos vezes. Trabalhem e deixem os comentadores descarados e incompetentes falarem nas TVs, radios, jornais, etc. Mas, independentemente disto, parece ter-se criado um potencial problemão nas finanças porque, a somar aos 1 bilião e meio de euros (1,5 mil milhões) mencionados nesta notícia, há ainda os valores bem mais elevados dos aumentos de salários de várias carreiras, desde os professores, aos médicos e enfermeiros, aos polícias, aos militares, etc. Atenção, isto é só uma parte pequena: a seguir, virão, com toda a justiça, as exigências dos restantes 60% de funcionários do Estado e Autarquias: técnicos superiores e intermédios dos vários ministérios e câmaras municipais, secretariado e correlativos, oficiais de justiça, motoristas, etc etc. Todos os aumentos são justos, mas deviam ter sido feitos gradualmente, ano a ano, depois de se saber a evolução da economia e dos impostos no ano anterior. Mas não. Abriu-se, descontroladamente, a “caixa de Pandora”. Os que vierem depois que a fechem.: somos nós.

  3. “Os que vierem depois que a fechem.” E já não é isso que andamos a fazer? Onde estão os meus impostos? Quem lucra com eles? No meu caso concreto, quase com 60 anos de idade e mais de 37 de serviço, já não consigo passar de meio do mês com dinheiro na carteira; é indigno.

  4. Caro A. Correia , não só não preciso de “Dono” como sou livre de ter a minha opinião , contrariamente a Si , que parece ter também “Dono” ! . Quanto a minha intervenção , foi un simples folguedo ao cabeçalho do Artigo !

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