O ministro da Educação garantiu, esta quarta-feira, que o material que está a ser usado para substituir o amianto “não tem propriedades cancerígenas”.
Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, garantiu esta quarta-feira que o poliuretano não tem “propriedades cancerígenas” como alegam os ambientalistas da Quercus e que, por isso, não representa qualquer perigo para a saúde. A garantia foi dada durante uma interpelação do CDS-PP sobre educação, na Assembleia da República.
De acordo com o ministro, a substituição das estruturas de amianto em mais de 500 escolas por todo o país está a cumprir devidamente os requisitos e todos os regulamentos “estão a ser respeitados“, avança o Público.
“Este Governo não deu quaisquer indicações, sugestões ou recomendações para se pouparem em materiais ou para se utilizarem materiais que são perigosos ou que ponham em risco a saúde das nossas crianças, dos nossos docentes e de todos aqueles que trabalham nas nossas escolas”, disse o governante.
Também o diretor do Programa Nacional para as Doenças Oncológicas da Direção-Geral da Saúde (DGS), Nuno Miranda, afirma que o produto utilizado não tem efeitos cancerígenos, adiantando ainda que o produto não é considerado perigoso pela Organização Mundial de Saúde.
O poliuretano está a ser utilizado para substituir o amianto nas escolas, cuja utilização está proibida desde 2005. O material, derivado do petróleo, é usado como isolamento, e dá origem a incêndios caracterizados pelo elevado número de vítimas mortais.
Carmen Lima, coordenadora da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, garantiu ao jornal que o poliuretano, além de ser “altamente inflamável”, tem componentes que “são cancerígenos”.
Esta acusação deixou Nuno Miranda “boquiaberto”, conta o jornal. “Não tenho sequer dados internacionais sobre um grau provável de efeito cancerígeno dos poliuretanos”.