Emocionada, a ministra da Coesão Territorial despede-se com agradecimento “ao meu primeiro-ministro”. Já a ministra da Agricultura sai com confiança de que deixa uma “boa pasta de transição” para quem vier a ocupar o cargo.
A ministra da Agricultura considerou quarta-feira que deixa uma “boa pasta de transição” para quem vier a ocupar o cargo, na sequência de demissão do primeiro-ministro, António Costa.
“Quem vier a ocupar [este cargo], independentemente da forma que venha a ser definida pelo senhor Presidente da República”, vai receber “uma boa pasta de transição”, disse Maria do Céu Antunes no final de uma audição parlamentar.
A governante, que falava numa audição nas comissões de Orçamento e Finanças e Agricultura e Mar, afirmou ainda ter um “orgulho imenso” em deixar instrumentos para que o próximo Governo possa continuar a trabalhar para a “promoção de uma agricultura e pescas mais sustentáveis […] dando resposta aos desafios ambientais”.
A ministra da Agricultura defendeu que estes são tempos de “absoluta excecionalidade” em que é preciso debater o Orçamento do Estado, com sentido de Estado e respeito pela democracia.
“Quero começar por partilhar o que estamos a viver, que são tempos de absoluta excecionalidade, sem paralelo, e é com sentido de Estado, o foco na preservação da dignidade e respeito pelas instituições e mecanismos da democracia, que garantem o seu normal funcionamento, que aqui estamos a honrar o legado dos homens e mulheres de abril”, afirmou.
Emoção, um pedido ao futuro Governo e defesa do OE2024
Emocionada, a ministra da Coesão Territorial também se despediu, com um agradecimento ao “meu primeiro-ministro” e ao “nosso ministro das Finanças” e com um pedido dirigido ao futuro Governo.
Ana Abrunhosa instou o futuro Governo a prosseguir o trabalho de Coesão Territorial e afirmou que nunca se sentiu diminuída politicamente, apesar de estar à frente de uma pasta pela qual inicialmente “ninguém dava cinco tostões”.
“Eu nunca senti falta de peso político. Nunca, nunca, senti falta de apoio do meu primeiro-ministro. Nunca. E foi ele quem me aguentou nas horas difíceis, que foram muitas, como são com qualquer Governo”, disse.
Ana Abrunhosa afirmou ainda que sem o atual ministro das Finanças, Fernando Medina, não teria sido possível esta proposta de Orçamento do Estado, que considerou “um bom Orçamento do Estado para as autarquias”.
“Temos imenso caminho pela frente, mas vou-vos dizer uma coisa: eu olho para trás e os poucos passos que demos foram importantes. Sobretudo, consolidámos todos juntos a visibilidade política e pública da Coesão Territorial. Quando o Ministério foi criado, ninguém dava cinco tostões por ele. Hoje ele está consolidado”, disse Abrunhosa, numa emotiva intervenção final no parlamento, onde também aproveitou para defender a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).
“Eu não tenho qualquer dúvida em dizer-vos que votaria neste Orçamento, até porque, sem demagogias, este é sem dúvida o melhor orçamento para as autarquias locais”, apesar de não ser perfeito, disse.
O Presidente da República convocou quarta-feira os partidos para uma ronda de audiências no Palácio de Belém, em Lisboa, e vai reunir o Conselho de Estado esta quinta-feira, dia em que está previsto falar ao país.
Alvo de uma investigação do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo sobre negócios de lítio e hidrogénio terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos nos projetos investigados, António Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável” e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça “em tudo o que entenda necessário”.
ZAP // Lusa
Tens de ir chorar para outra freguesia !!!