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Ministra venezuelana tenta forçar entrada na reunião do Mercosul

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A reunião extraordinária do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, esta quarta-feira, em Buenos Aires, foi marcada pela tensão entre a Venezuela e os restantes países do bloco económico sul-amerciano.

A Venezuela não foi convidada a participar no encontro desta quarta-feira, depois de ter sido suspensa do Mercosul, devido ao alegado incumprimento de obrigações perante o a organização sul-americana.

A 1 de dezembro, os quatro países fundadores do Mercosul – Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai – informaram a Venezuela de que, devido à sua suspensão, não poderia participar no encontro desta quarta-feira.

Numa afronta à decisão, Delcy Rodriguez, ministra dos Negócios Estrangeiros venezuelana e representante do governo de Nicolás Maduro, chegou à capital argentina com a intenção de participar no encontro, ao lado de David Choquehanca, seu homólogo boliviano.

Durante uma conferência de imprensa, a chanceler venezuelana denunciou a conspiração contra a Venezuela. Segundo a ministra, houve um boicote ao seu país.

Delcy Rodríguez deixou claro que a Venezuela introduziu 95% das normas do Mercosul na sua legislação nacional.

Rodriguez e Choquehanca foram recebidos pela ministra anfitriã, Susana Malcorra, e encaminhados para uma sala, onde a venezuelana chegou a publicar uma foto no Twitter dizendo que “estava à espera dos ministros do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai”.

A ministra venezuelana denunciou a conspiração contra o seu país.

“Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Tríplice Aliança, em conluio contra a Venezuela e o Mercosul, recusam-se a dialogar com a Bolívia e a Venezuela”, escreveu Rodriguez na sua conta no Twitter, junto à foto de uma sala vazia do ministério dos Negócios Estrangeiros  argentino, que tinha sido preparada para a reunião.

Por “tríplice aliança”, Rodriguez referiu-se aos governos da Argentina, do Brasil e do Paraguai, que no início do mês resolveram expulsar a Venezuela do bloco sul-americano, o que foi considerado como um golpe de Estado por Caracas.

Ao saber da presença da ministra da Venezuela, os ministros dos quatro países retiraram-se do local e reuniram-se noutra sala.

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, José Serra, chegou a publicar nas redes sociais uma outra foto em que aparece na outra sala ao lado dos outros três representantes.

Mesmo depois de ter passado horas no local, a ministra venezuelana não foi recebida pelos restantes membros do Mercosul.

Rodriguez deixou o local furiosa e improvisou um “comício” à frente do Palácio San Martin.

“Há um golpe de Estado em curso no Mercosul. Se não nos deixarem entrar pela porta, nós entraremos pela janela. Viemos para defender a dignidade do nosso povo”, disse a representante de Caracas.

Delcy Rodríguez denunciou entretanto que um policial a agrediu quando tentou entrar na sala onde decorria a reunião dos chanceleres do Mercosul, o que causou uma onda de indignação por parte de vários outros ministros do governo venezuelano.

Delcy Rodríguez denunciou o episódio e agradeceu o apoio por parte dos movimentos sociais argentinos e dos deputados do partido oposicionista de Cristina Kirchner, Frente para a Vitória.

A 29 de julho, o Uruguai encerrou o seu mandato de seis meses à frente da presidência do bloco e não passou o cargo à Venezuela, como determinava o estatuto do bloco.

Brasil, Argentina e Paraguai têm, desde então, somado esforços para impedir que a Venezuela assuma a presidência, tendo autoproclamado uma gestão partilhada entre os três países.

Juridicamente, contudo, a manobra não tem cabimento nos estatutos do bloco, e na prática o Mercosul está com a presidência vaga desde 1 de agosto.

Entretanto, na reunião extraordinária desta quarta-feira, a presidência pro tempore do bloco foi transferida para a Argentina, para o primeiro semestre de 2017.

Participaram no encontro os ministros das Relações Exteriores da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai. A Bolívia está à espera de sua adesão ao bloco.

ZAP / Agência Brasil / Sputnik News

5 Comments

  1. Se não foi convidada, o que é que a alegada bípede foi lá fazer? Criar confusão?
    Ficamos com uma ideia mais clara do respeito das autoridades venezuelanas pelas regras democráticas.

    • Carlos Martins, leu a notícia?! Pelo seu comentário parece que não. Volte a ler com atenção e verá que o comentário é descabido..

  2. A melhor parte é mesmo no video quando aos 50s a senhora tenta forçar a entrada e os seus apaniguados desatam aos gritos “Cuidado, é uma dama, DIREITOS DA MULHER! DIREITOS DA MULHER!”
    Coméqueé??

  3. Senhor martinhopm eu li: A Venezuela não foi convidada a participar no encontro, depois de ter sido suspensa do Mercosul, devido ao alegado incumprimento de obrigações perante o Mercosul.

    Qual é a sua dúvida? Se não foi convidada porque é que apareceu???

  4. Não foi convidada por incumprimento das regras mas como boa socialista que é foi por sua própria iniciativa e certamente com um empurrãozinho do camarada Maduro para mostrar aos outros como se deve viver sem regras.

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