A Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) vai visitar 40 escolas nos próximos meses para travar a inflação de classificações internas no ensino secundário.
Ao longo dos últimos anos, a Inspeção-Geral de Educação e Ciência (IGEC) tem feito intervenções para travar a inflação de notas no ensino secundário. Agora, o Ministério da Educação anunciou a realização de mais 40 inspeções em escolas públicas e privadas, de acordo com o jornal Público.
Segundo o ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues, estas ações erão “sobretudo de aprofundamento”. Em causa estão estabelecimentos de ensino “que necessitam de melhorar o trabalho das suas estruturas pedagógicas no que diz respeito à avaliação dos alunos”, segundo adiantou o gabinete do ministro da Educação ao mesmo jornal.
Em maio, o ministro da Educação anunciou que a IGEC iria realizar auditorias às avaliações dos alunos nos meses seguintes para travar inflação de notas no final do ano letivo.
No final do último ano letivo, foram realizadas cerca de uma centena de intervenções. Ao contrário do que aconteceu nas inspeções regulares da IGEC, não houve abertura de processos disciplinares por infracções detetadas durante estas intervenções.
No último ano, a atribuição de notas inflacionadas aos alunos do ensino secundário resultou na abertura de 57 processos disciplinares pela IGEC contra estabelecimentos de ensino. A maioria envolve colégios privados.
Nos últimos anos, um grupo de uma dezena de escolas surge constantemente na lista das escolas com maiores desalinhamentos entre as notas internas e os resultados dos exames.
Escolas vão poder contratar 900 técnicos
As escolas vão poder contratar 900 técnicos de diferentes áreas para o próximo ano letivo, no âmbito de um conjunto de planos de apoio dos alunos no regresso às aulas presenciais, anunciou esta quarta-feira o Ministério da Educação.
Os 900 trabalhadores serão contratados no âmbito das 664 candidaturas de “Planos de Desenvolvimento Pessoal, Social e Comunitário” aprovadas pela tutela e que vão permitir às escolas desenvolver ações em diversas áreas.
Desde a intervenção comunitária ao desenvolvimento do gosto pela escola através da arte, as propostas enquadram-se nas medidas de apoio dos alunos no regresso à escola, através do seu acolhimento, do reforço das aprendizagens, da promoção do bem-estar psicológico e do fomento das competências sociais, explica o gabinete de imprensa do Ministério em comunicado.
Desta forma, refere a tutela, “privilegia-se a abordagem multidisciplinar e comunitária que permite uma intervenção educativa de apoio à criação de condições pessoais e sociais para o regresso saudável à escola”.
Entre os planos que mereceram luz verde do Ministério da Educação, as escolas propõem-se desenvolver projetos que visam o reforço de aprendizagens, através de programas de mentoria e de atividades artísticas, que estimulem a inteligência sócio-emocional e o envolvimento comunitário e até a sensibilização contra o bullying.
“Desta multiplicidade de medidas resulta a atribuição às escolas da capacidade de contratação de técnicos de áreas de especialidade diferentes”, explica o ministério, referindo assistentes sociais, terapeutas da fala, artistas, terapeutas ocupacionais ou animadores socioculturais.
A maioria das propostas apresentadas, que foram avaliadas pela Estrutura de Missão do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, preveem, no entanto, a contratação de psicólogos educacionais e sociais.
Os alunos do ensino básico ao secundário regressam às escolas entre 14 e 17 setembro, quando arranca o próximo ano letivo com a retoma das aulas presenciais, que foram suspensas em meados de março devido à pandemia da covid-19.
ZAP // Lusa