Ministério diz que falhas deviam ter sido reportadas pelo anterior Governo mas que está disponível para colaborar.
Numa resposta enviada ao jornal Expresso, o Ministério das Finanças reagiu às notícias desta manhã sobre o crédito mal parado na Caixa Geral de Depósitos.
O ministério remete responsabilidades para o anterior Governo, considerando que, “se houve créditos concedidos em período prévio à recapitalização de 2012 sem a devida avaliação de crédito então essa questão deveria ter sido reportada à altura da recapitalização e sujeita às diligências entendidas por convenientes, nomeadamente no campo do apuramento de responsabilidade civil e criminal”.
“Cabe às entidades competentes a todo o tempo realizar as diligências que entendam convenientes e adequadas nos termos da legislação em vigor”, afiança a mesma fonte do Ministério, destacando que “o Governo está disponível para colaborar”.
O Ministério ainda realça que a CGD foi recapitalizada em 2012 com 1.650 milhões de euros, “de acordo com as regras de capitalização no quadro do programa de ajustamento” de modo a “fazer face às imparidades detetadas”.
“Neste contexto, todos os créditos existentes terão sido avaliados pela administração, pelo Banco de Portugal, pelos auditores da CGD e pela troika”, sublinha-se na mesma nota.
“Tendo em conta a avaliação realizada, prejuízos decorrentes de imparidades de crédito não registadas em 2012 apenas podem decorrer de eventos supervenientes e não antecipáveis em 2012 e, por maioria de razão, não antecipáveis em períodos anteriores e/ou avaliação deficiente de risco por parte das entidades envolvidas na determinação do montante da capitalização necessária”, conclui o Ministério.
Num artigo intitulado “Crédito a amigos afunda Caixa”, o Correio da Manhã divulgou os resultados de uma auditoria, realizada em agosto do ano passado, segundo a qual estão em risco de não serem pagos 2,3 mil milhões de euros de empréstimos.
O diário faz referência ao facto de Armando Vara e Carlos Santos Ferreira, que foram nomeados para a administração da CGD, em 2005, pelo então ministro das Finanças Teixeira dos Santos, terem alegadamente autorizado “os créditos mais complicados”.
Entre os nove maiores devedores da CGD estão os grupos Espírito Santo, Lena e Efacec e o grupo do angolano António Mosquito com dívidas da ordem dos 912 milhões de euros, conforme avança o CM.
ZAP
Mais vale tarde que nunca? Será?
E é a estes “gestores” que querem remover o tecto salarial para que possam ser premiados por estes belos resultados… Paga povinho estúpido