Várias índias Navajo continuam a sofrer as consequências de uma mina de urânio a céu aberto da altura da Guerra Fria. Cancro e insuficiência renal são algumas das mazelas associadas.
Os Navajo são um povo indígena que vive no Novo México, nos Estados Unidos. Este é um Estado que foi palco de muitas das ambições nucleares do Governo americano: foi onde se testou a primeira bomba atómica e onde foram exploradas várias minas de urânio nos anos 50.
Décadas depois, a tribo Navajo continua a sofrer com as consequências da radioatividade. A Universidade do Novo México divulgou uma investigação que indica que das 781 mulheres Navajo analisadas, 26% tinham uma concentração de urânio elevada. Também os seus bebés continuaram a estar expostos um ano depois de nascerem, apesar de a mina ter encerrado há mais de 20 anos.
“Isto obriga-nos a reconhecer os prejuízos associados a uma sociedade orientada para a energia nuclear”, disse a deputada Deb Haaland, citada pela Associated Press.
“O Governo é injusto connosco”, diz Leslie Begay, antiga mineira de urânio e membro da tribo Navajo. “O Governo não reconhece que construímos a sua liberdade”, acrescentou.
Begay é obrigada a transportar um tanque de oxigénio consigo, continuar a sofrer mazelas dos seus dias como mineira, mesmo que já tenha abandonado o ofício há vários anos. Os pulmões são o principal problema. Segundo o All That’s Interesting, a mina de céu aberto de urânio em Laguna Pueblo fez com que os níveis de radiação também afetassem a sua família, que vivia nas redondezas.
A tribo Navajo tem mais de 250 mil pessoas e está espalhada por vários Estados norte-americanos. Cerca de 70 mil quilómetros quadrados do seu território era ocupado por estas minas. De lá foram retirados pelo menos 4 milhões de toneladas de urânio para produzir armamento atómico.
Um relatório da rádio americana NPR contabiliza dezenas de mortes de índios Navajo por insuficiência renal e cancro — sintomas típicos da contaminação por urânio.
“Quando se fazia a mineração, havia umas piscinas que se enchiam até cima. E todas as crianças nadavam nelas. E o meu pai também“, contou Maria Welch, investigadora no Southwest Research Information Center e membro de tribo Navajo. Além disso, o gado também bebia água destas chamadas “piscinas”.
Apesar das trágicas consequências, há ainda quem insista que estas minas deveriam de ser reabertas e exploradas novamente como no passado. Como tal, vários ativistas se têm manifestado contra isto.
70 mil quilómetros quadrados de mina? Algo não está bem.
Caro leitor,
Segundo as nossas fontes, as minas cobrem 27.000 milhas quadradas no Arizona, Utah e Novo México. O que se traduz por, sensivelmente, 70.000 quilómetros quadrados.
Querida ZAP, vocês tem um problema com a concordância de género. vários índias?
Obrigado pelo reparo, está corrigido.