Cerca de 30 militares da GNR realizaram, esta quarta-feira, um protesto simbólico contra “os gastos desnecessários com a organização da cerimónia que assinala o 106.º aniversário da corporação”, que decorre na Praça do Império, em Lisboa.
Numa iniciativa conjunta da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) e da Associação Nacional dos Sargentos da Guarda (ANSG), os militares vestidos com camisolas pretas viraram as costas quando o comandante-geral da Guarda Nacional Republicana e a ministra da Administração Interna Constança Urbano de Sousa discursaram, numa ação para protestar contra a atual situação da corporação.
“Numa altura em que falta tudo na GNR, este tipo de cerimónias é excessivo“, disse à agência Lusa o presidente da APG, César Nogueira, sublinhando que são gastos milhares de euros quando é necessário melhorar as condições de serviço e a qualidade de vida dos militares.
Segundo César Nogueira, na GNR “falta tudo”, como meios humanos, veículos, coletes à prova de bala e até mesmo algemas, que tem muitas vezes de ser compradas pelos elementos da corporação.
“Com esta cerimónia, parece que a GNR está bem, mas não está, e nós quisemos assinalar e demonstrar que, de facto, a GNR não está. A realidade da GNR não é, de facto, isto que se viu, este aparato todo. Aquilo que acontece no terreno é o oposto desta cerimónia”, disse aos jornalistas o presidente da associação mais representativa daquela força de segurança, no final da cerimónia.
César Nogueira adiantou que “há várias questões que estão por resolver”, como as promoções, que já deviam ter acontecido no início do ano, e o descongelamento dos índices remuneratórios, “com o Governo a arrastar esta situação para 2020”.
Questionado sobre o motivo pelo qual viraram as costas à ministra da Administração Interna, o presidente da APG afirmou: “nós não virámos as costas à ministra, a ministra é que já nos virou as costas há muito tempo”.
A APG e a ANSG vão também realizar no dia 24 uma manifestação em Lisboa contra o Estatuto Profissional da GNR, que entrou em vigor a 1 de maio.
Para César Nogueira, o estatuto “não veio resolver qualquer problema”, tendo “até agravado alguns deles”.
O presidente da APG afirmou ainda que, entre as principais contestações ao novo estatuto, estão a diminuição dos dias de férias e as promoções por escolha.
// Lusa
É impressão minha ou nem o cão gosta da Ministra? Eu pessoalmente não desgosto da senhora embora ache que poderia fazer um pouco mais e melhor. Mas não é seguramente das piores deste governo.