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Militantes do PS excluídos de concursos para dirigentes do Estado

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PSD / Flickr

O Governo tem preterido, nos últimos anos, um grande número de socialistas que surgem entre os melhores candidatos a cargos de dirigentes do Estado, mesmo depois de uma seleção. 

O Público analisou as 339 propostas de candidatos que chegaram às diferentes tutelas desde que a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (Cresap) foi criada, em 2012 – propostas que consistem em listas dos três melhores nomes para cada cargo -, e parece haver um padrão nos nomes rejeitados: “quase todos têm uma ligação ao Partido Socialista”, conclui o jornal.

Os ex-candidatos entrevistados pelo Público concordam que a Cresap faz um trabalho isento, levando a cabo uma análise de currículos e entrevistas que culminam numa lista enviada ao Governo com os três melhores candidatos.

No entanto, na maioria das vezes, o Governo escolhe o candidato que está próximo ou dentro dos partidos no poder.

O assunto veio à ribalta recentemente, ao serem conhecidas as últimas 14 nomeações para direções dos centros distritais da Segurança Social, recorda o jornal, verificou-se que todos os escolhidos tinham em comum serem militantes do PSD ou do CDS-PP. O PCP levantou a questão e António Costa anunciou que iria exigir um balanço global das nomeações feitas pela Cresap.

Entretanto, o jornal já fez as contas: num universo de 339 listas com os três melhores candidatos selecionados pela Cresap, há um candidato que já chegou 11 vezes à reta final dos concursos sem ter sido nomeado, outros quatro que estiveram em dez short-lists e 20 pessoas que estiveram acima de cinco vezes nas indicações. De acordo com o Público, “muitos deles têm ligações directas ao maior partido da oposição ou foram nomeados pelo anterior Governo”.

É o caso de Fernando Marques Mano, militante do PS, que foi integrado 10 vezes na lista de três melhores candidatos eleitos pela Cresap e em nenhuma dessas foi escolhido para ocupar o cargo a que se candidatava.

“A existência da Cresap é louvável” e “funciona com isenção”, sublinha, mas “o Governo é absolutamente parcial na escolha e nomeia sempre a pessoa da sua conotação política”.

Para Nuno Pólvora, antigo assessor da ministra da cultura socialista Gabriela Canavilhas e atual diretor de espetáculos do Teatro Nacional de São Carlos, a situação retira a “razão de ser” da comissão, uma vez que o Governo baseia as suas escolhas nas ligações políticas e não no mérito.

Uma das soluções propostas para fazer frente à situação é obrigar a Cresap a hierarquizar os três melhores candidatos, ao invés de ordená-los por ordem alfabética, o que obrigaria o Governo a justificar a escolha do segundo ou terceiro melhor candidato.

ZAP

8 Comments

  1. Ladrão é ladrão, boy é boy, seja ele do grupo dos vigaristas cor-de-laranja ou dos aldrabões cor-de-rosa. Já agora: quantos candidatos de qualidade, mas SEM partido, foram preteridos?

  2. E sabiam que há um acordo de cavalheiros entre PS e PSD para a administração da CG de Depósitos?
    É que, quando está o PSD no governo, a administração da Caixa é do PS, e quando está o PS no governo, é do PSD. Mas é só nisto? Claro que não! é certamente em tudo.
    A podridão, é mais do que se pode imaginar.

  3. A noticia e os comentários sugerem-me Brito Camacho ” A m…. é sempre a mesma, só mudam as moscas”. Este o grande mal.

  4. Mais caricato que isto só o facto do atual Subdiretor Geral da Direçao Geral das Autarquias Locais , apesar de ter integrado a shirt list para Vice Presidente da Comissao de Coordenacao Regional do Norte , ter sido preterido pelo Governo para o cargo por uma pessoa que nunca terá entrado numa Autarquia e cuja maior nota curricular parece ter sido Presidente da Comissao Politica do PSD de Viana do Castelo.

  5. Foi nomeado novo Prwsidente do Porto de Aveiro e Figueira quemè??? presidente assembleia muinicipal da camara de Ovar….Ah pois já lá esteve….. e nessa altura era nilitante de coisa nenhuma?????? enfim….. meritosl e depois sao estes que nos avaliam!!!!!!!!!

  6. à short list chegam os que têm melhor curriculo, mas depois ou pertencem a algum partido politico e se for do governo tanto melhor, mas também podem ser da opus day e da gay ou da maçonaria, os que não pertencem a nenhuma destas organizações bem podem ser os melhores mas não chegam lá.
    è por isso que temos muitas vezes concursos anulados com a desculpa que não existem os 3 nomes para a short list, como foi o caso da IGF para depois lá colocarem ao que se diz um da opus gay. E depois é o resultado que temos uma administração publica pesada e incompetente em 90% dos casos, porque as instituições são a imagem do seu lider e neste caso com um ex- lider preso e o actual lider que se esquece de pagar impostos e que diz o Manuel Dias Loureiro é um exemplo de empresário, está tudo dito….

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