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Milhares de contas russas no Twitter foram usadas para influenciar referendo do Brexit

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Investigadores concluíram que nos dias anteriores à votação do referendo sobre o Brexit, centenas de contas falsas no Twitter com origem russa tentaram influenciar a decisão da saída do Reino Unido da União Europeia.

De acordo com uma investigação da Universidade de Swansea, no País de Gales, e da Universidade da Califórnia, nos EUA, mais de 156 mil contas do Twitter, com origem na Rússia, emitiram opiniões nos dias antes da votação do referendo sobre o Brexit.

Além disso, segundo uma outra investigação da Universidade de Edimburgo, na Escócia, 419 dessas contas falsas têm origem na Agência de Pesquisa da Internet russa (IRA), ligada diretamente ao Kremlin e conhecida por também ter interferido nas eleições americanas ganhas por Donald Trump.

Embora tenham sido publicados tweets favoráveis à permanência do Reino Unido na União Europeia, os investigadores concluíram que a maioria das contas foram utilizadas para partilhar opiniões favoráveis à saída da UE e para espalhar o medo sobre a comunidade muçulmana, avança o New York Times.

Por exemplo, uma dessas contas, com o nome Lone Star Ranger, espalhou mensagens anti-islâmicas depois do ataque terrorista em Londres, nomeadamente com um tweet em que dizia que uma mulher islâmica tinha ignorado vítimas enquanto passava por elas.

Na segunda-feira, a primeira-ministra britânica, Theresa May, fez um duro discurso sobre a Rússia, acusando este país de usar ciberataques e de usar propaganda para “minar sociedades livres” e “semear discórdias no Ocidente”.

“Nós sabemos o que vocês andam a fazer”, acrescentou a governante, que já está a ser pressionada pelos opositores do Partido Trabalhista para que o Governo faça pressão junto dos gigantes da Internet, tal como o Facebook e o Twitter, para que revelem até que ponto os seus sistemas foram hackeados.

Enquanto a própria primeira-ministra sugere a ingerência da Rússia no referendo, o discurso de Boris Johnson, secretário de Estado para os Assuntos Externos e seu rival direto dentro do partido Conservador, alinha-se ao de Donald Trump. Ambos defendem o Governo de Vladimir Putin, que continua a negar esta alegada interferência na política interna dos EUA ou do Reino Unido.

Segundo o Washington Post, as autoridades russas consideram estar a ser usadas como um bode expiatório. “A sociedade britânica não está a atravessar o melhor momento com o processo do Brexit. É compreensível que um inimigo externo seja necessário para desviar as atenções sobre o papel escolhido para a Rússia. É profundamente lamentável“, escreveu no Twitter Sergei Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores.

Além do Reino Unido, os russos também estão a ser acusados de interferir no processo independentista catalão. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, reagiu “lamentando profundamente que a onda de campanhas antirrussas que foi gerada nos media ocidentais tenha sido elevada em Madrid a nível oficial no contexto da crise catalã” e deixou um aviso: a única coisa que estas acusações sem provas fazem é “prejudicar as relações entre Rússia e Espanha“.

ZAP //

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3 Comments

  1. Querem ver que também foram os russos os culpados da geringonça? Parece-me que na Europa e USA começa a haver uma certa habilidade para descobrirem bodes expiatórios para encobrir os seus próprios fracassos, incapazes de compreender as razões do descontentamento popular entretêm-se agora a descobrir razões externas embora sejam conhecidas de há muitos anos as estratégias russas mas não estão sozinhos nesta tática.

      • Mas os truques para lá estarem estes agora e é a isso que me pretendia referir espero não terem vindo de Moscovo embora a geringonça tenha uma costela muito forte da ex-URSS que teima em sobreviver a todo o custo.

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