Miguel Albuquerque reeleito presidente do PSD/Madeira. Houve “pressão e condicionamento” na eleição

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Homem de Gouveia / LUSA

O líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque

Envolvido em processo judicial, Miguel Albuquerque voltou a vencer internamente. Mas Manuel António deixa alertas.

O atual líder do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, venceu as eleições internas, derrotando o seu adversário, Manuel António Correia, por 2.246 votos contra 1.854, num universo de 4.388 votantes inscritos, indicou o secretariado do partido.

O ato eleitoral aconteceu nesta quinta-feira na sequência da crise política provocada pela demissão de Miguel Albuquerque do cargo de presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), em janeiro, após ser constituído arguido numa investigação judicial sobre suspeitas de corrupção no arquipélago.

Pediu a demissão em 26 de janeiro, depois de a deputada única do PAN ter recusado cumprir o acordo de incidência parlamentar que garantia a maioria absoluta da coligação PSD/CDS na Assembleia Legislativa da Madeira, na sequência do processo que investiga suspeitas de corrupção.

As eleições internas decorreram entre as 17:30 e as 20:30, nas sedes concelhias e de freguesia do PSD espalhadas pelos 11 concelhos da Região Autónoma da Madeira, sendo 4.388 militantes estavam em condições de votar, num total superior a 12.000.

Esta foi a segunda vez que Miguel Albuquerque venceu Manuel António Correia numa disputa interna pela presidência do partido, tendo o primeiro confronto ocorrido em 2014, para escolher o sucessor do histórico líder Alberto João Jardim.

Reações (bem diferentes)

O vencedor afirmou: “Acho que esta eleição foi muito importante, porque mobilizou as pessoas. As pessoas foram livres de optar sobre a orientação e o líder que queriam para o partido. Isso veio incutir no PSD/Madeira uma dinâmica nova e veio sobretudo legitimar a minha liderança“.

“Não pode haver no partido reservas mentais, jogadas subterrâneas. Há que pôr tudo em pratos limpos e não há nada como a democracia interna para que isso aconteça”, declarou Albuquerque, que assegura que o PSD “não tem medo” de ir a eleições novamente, caso seja essa a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa.

O candidato derrotado tem outra versão sobre estas eleições internas: “Jogámos um jogo condicionado, no tempo e com as regras dos outros, em que tivemos um adversário que foi simultaneamente árbitro e ainda assim estamos de parabéns porque obtivemos em muito pouco tempo um extraordinário resultado”, afirmou Manuel António Correia.

Na perspetiva de Manuel António, as eleições “não foram justas porque não houve igualdade de oportunidades para as duas candidaturas”.

“Eu convoco todos os militantes a darem o seu testemunho. […] Eu penso que quase todos tiveram uma experiência pessoal de pressão, de condicionamento”, declarou.

O candidato apontou que houve sinais durante a campanha para as internas do PSD/Madeira “de que poderá haver delitos de opinião neste partido e pessoas perseguidas porque votaram em candidatos que não o vencedor”.

“E, por isso, tenho de pedir publicamente: não persigam pessoas porque tiveram outra opinião”, apelou, reforçando que estará particularmente atento e que não permitirá que “alguém seja punido” por ter apoiado a sua candidatura.

Manuel António Correia disse, por outro lado, não ter qualquer informação que coloque em causa a transparência do ato eleitoral em si.

ZAP // Lusa

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