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Migrantes marroquinos envolvidos em motins e confrontos. Vox exige construção de muro

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Mohamed Siali / EPA

Cerca de 300 migrantes marroquinos protagonizaram esta quarta-feira motins e entraram em confronto com a polícia após derrubar o destacamento policial em Castillejos, a cerca de um quilómetro da estrada principal para a cidade espanhola de Ceuta.

O avanço da polícia de choque para empurrar os migrantes agrupados na estrada costeira, a maioria deles menores, levou a uma rixa entre os dois grupos, quando os migrantes começaram a atirar pedras às forças marroquinas e a queimar pneus, provocando um fumo espesso que era visível de longe.

Foi igualmente queimada uma mota de um agente estatal (conhecido como moqadem), além de serem repetidamente atiradas pedras a carrinhas da polícia, estacionadas perto da fronteira.

Os migrantes começaram então a correr por todo o lado, enquanto tentavam subir a colina de Belyunesh, com vista para Ceuta, para se aproximarem da fronteira, mas nenhum deles conseguiu aproximar-se da estrada principal que conduz ao Tarajal, o único ponto de acesso regular e onde existe um importante destacamento de segurança.

A vários quilómetros do local destes incidentes, a vida normal não parece ser afetada, registando-se um movimento normal de carros e pessoas que se encontram na orla marítima da cidade, um ponto de encontro social.

A crise migratória sem precedentes em Ceuta foi desencadeada na passada segunda-feira, quando uma multidão de pessoas, na sua maioria marroquinos, se precipitou sobre as vedações e o quebra-mar que separa Ceuta e Castillejos, conseguindo entrar na cidade autónoma mais de 8.000 pessoas.

Destes, 5.600 já foram recambiados, mas entre os restantes há cerca de 1.500 menores na cidade autónoma, números sem precedentes na história.

Hoje, a pressão migratória diminuiu substancialmente após a intervenção da polícia marroquina, embora a crise diplomática entre Espanha e Marrocos continue por resolver.

“A Europa não se deixará intimidar ou chantagear por ninguém”, afirmou o vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, num aviso a Marrocos.

“Ceuta é Europa, essa fronteira é uma fronteira europeia e o que se está a passar ali não é um problema para Madrid, é um problema para todos“, acrescentou, citado pelo Público.

O Governo de Pedro Sánchez quer que as comunidades autónomas acolham 200 menores que já estavam em Ceuta. Enquanto isso, o Vox, o partido de extrema-direita espanhol, exige a construção de “um muro intransponível”.

O líder, Santiago Abascal, ameaça retirar o seu apoio ao executivo da Andaluzia se este acolher menores não acompanhados.

ZAP // Lusa

6 Comments

      • Obviamente que ele estava a referir-se a Portugal. Aproveitem e mandem também Tânger!
        E já que estamos numa de devoluções seria boa altura para os manolos nos devolverem Olivença…

    • Quando os ignorantes dão o seu comentário dá estas coisas.
      Ceuta foi de muita gente. Cartaginês, Romano, Almóada, Almorávida, Português. E finalmente, quando a coroa espanhola e a portuguesa se separaram no tempo dos Filipes. Os Ceutas, por sábia decisão, decidiram ser espanhóis. Os portugueses estavam mais longe de os ajudar. Ou seja, já fizeram um referendo há séculos. Marrocos só foi criado em 1956.

  1. Marrocos nunca foi? Possivelmente nem se chamaria Marrocos na época em que os portugueses ocuparam o território, era terra de mouros, que mais tarde nos foi roubado pelos espanhóis devido à ocupação dos Filipes, penso ter sido essa a história!

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