A porta principal e uma parede lateral da Mesquita de Lisboa apareceram pintadas esta sexta-feira com a inscrição 1143, constatou a agência Lusa no local, um ato desvalorizado pela comunidade islâmica, que diz estar calma.
“Foi entre as 7h30 e as 8h, com um spray fizeram umas inscrições: 1143. Parece que é um grupo xenófono. Escreveram na porta e numa das paredes da mesquita. Foi só isso”, disse à agência Lusa o coordenador cultural da mesquita, Mohamed Culano.
Mohamed Culano adiantou que os responsáveis da mesquita só se aperceberam das inscrições quando foram alertados pela polícia, que detetou as mensagens durante uma ronda.
“Pensamos que possa ser algum grupo xenófobo. Não estragaram nada. Só escreveram isso. Na porta principal já limpámos e na parede está num canto, não nos causa grandes perturbações, nem incómodo”, disse.
Mohamed Culano explicou que as pessoas que participaram na oração da manhã saíram antes de as inscrições terem sido feitas e as que chegaram para a oração semanal da sexta-feira só ficaram a saber das inscrições porque o imã da mesquita se referiu ao incidente durante a oração.
O responsável cultural da mesquita acrescentou que o templo já foi pintado algumas vezes com graffiti, mas nunca com mensagens “lesivas”.
Mohamed Culano disse que os responsáveis da comunidade ainda não equacionaram a necessidade de medidas de vigilância do templo, mas “se houver alguma coisa mais grave” admitem pensar nisso.
“Tudo indica que tenha sido uma ação isolada. Vamos ver como será a evolução nos próximos dias”, disse, adiantando que já estavam à espera de ações deste tipo, na sequência do atentado de quarta-feira à sede do jornal satírico francês Charlie Hebdo, que causou a morte a 12 pessoas.
“Não era nada que se calhar não pudéssemos estar à espera na sequência o que aconteceu em França. Estamos numa democracia e estamos sujeitos a estas coisas, mas estamos tranquilos”, sublinhou.
Doze pessoas, entre as quais cinco dos principais caricaturistas do Charlie Hebdo – Charb, Wolinski, Cabu, Tignous e Honoré – e o economista Bernard Maris, foram mortas na quarta-feira quando homens armados atacaram os escritórios do jornal, no centro de Paris.
Os autores gritaram “Allah Akbar” (Alá é Grande) e afirmaram pretender “vingar o profeta” Maomé.
As forças de segurança francesas lançaram uma intensa operação para capturar os dois suspeitos do ataque, identificados como sendo os irmãos Chérif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, que foram mortos depois de se terem barricado numa gráfica nos arredores de Paris.
Depois do atentado, várias mesquitas e locais de culto muçulmanos em França foram alvo de ataques.
/Lusa
Repudio veementemente o que alguns IMBECIS fizeram à mesquita de Lisboa !
É gente que se quer pôr ao nível dos radicais islâmicos.
Portugal, bem como todos os países europeus têm de demonstrar que somos um Estado de Direito. Por muito que por vezes isso custe.
É claro que não se deve andar a pintar as paredes dos outros, mas 1143, o ano da independência de Portugal, não me parece especialmente ofensivo para os muçulmanos. Será que tem outro significado? A notícia não explica qual é a ofensa contida no número 1143.