A chanceler alemã prometeu, este domingo, “ajuda urgente” às vítimas das inundações no oeste do país, que já causaram quase 200 mortos e cujos efeitos descreveu como “surreais”.
Segundo Angela Merkel, as cheias que nos últimos dias provocaram um rasto de morte e destruição revelam a necessidade de enfrentar “com ambição” a luta contra a crise climática.
“A partir daqui temos uma imagem real do que aconteceu perante um panorama surreal e fantasmagórico”, disse a líder do Governo alemão, durante uma visita a várias zonas afetadas na região da Renânia-Palatinado. “Quase diria que a língua alemã tem dificuldade em encontrar palavras para descrever a devastação causada”, acrescentou.
Durante a visita às áreas muito afetadas pela chuva intensa, a chanceler prometeu que “o Governo federal e as regiões atuarão em conjunto para restabelecer gradualmente a ordem” nessas zonas.
Após observar a dimensão dos prejuízos, Merkel apelou para a aceleração da luta contra as alterações climáticas, observando que os danos causados por eventos climáticos extremos são “maiores do que no passado”.
“Temos de nos apressar, temos de ser mais rápidos na luta contra as alterações climáticas”, frisou a chanceler em declarações à comunicação social e aos residentes, depois de visitar a aldeia de Schuld, que tem sido descrito como um local “mártir”, uma vez que quase tudo na localidade foi destruído pela força das águas.
Quase 200 vítimas mortais na Alemanha e Bélgica
Este domingo à tarde, os últimos balanços oficiais indicavam que já morreram pelo menos 190 pessoas na sequência das inundações e enxurradas que afetaram a Alemanha e a Bélgica.
No dia em que recebeu a visita de Merkel, a região da Renânia-Palatinado, no sudoeste do país, confirmou a morte de 112 pessoas, num total nacional de 159 vítimas mortais.
As autoridades belgas também atualizaram o número de vítimas mortais registadas no país, que são agora 31. O centro belga de crise informou ainda que “163 cidadãos estão dados como desaparecidos”, um aumento em relação aos 103 desaparecidos contabilizados no sábado.
“O perigo já não é iminente nas áreas afetadas. As operações de salvamento terminaram, mas as operações de busca ainda estão em curso em várias áreas”, informou ainda, acrescentando que “o importante trabalho de limpeza e a estimativa dos danos materiais estão agora no centro das preocupações”.
As autoridades belgas estão a incentivar as pessoas que ainda não conseguiram estabelecer contacto com os seus familiares a informarem a polícia o mais rápido possível.
Apesar do nível das águas ter vindo a diminuir nos últimos dias, ainda existem áreas em alerta no território belga, como é o caso de Valónia, região francófona no sul do país. Nesta região fica a cidade de Pepinster, onde cerca de mil pessoas tiveram de deixar as suas casas.
Em Valónia, o nível das águas do rio Mehaigne e dos seus afluentes nas províncias de Liège e de Namur continuam a preocupar as autoridades, que permanecem em estado de alerta. Cerca de 37 mil casas permanecem sem eletricidade nas províncias de Liège e de Brabante Valão. Também existem relatos de estradas e de casas que ainda estão submersas em algumas zonas do país.
Além da Bélgica e da Alemanha, as fortes chuvas e as consequentes cheias causaram graves danos materiais nos Países Baixos, no Luxemburgo e na Suíça.
ZAP // Lusa