Há entre 250 e 260 mortos – e não 359 como até agora era avançado pelas fontes oficiais. Anil Jasinghe, diretor-geral dos serviços de saúde do país, disse que o número de mortos foi atualizado com menos 100 pessoas do que o previsto.
“Pode ser 250 ou 260. Não posso dizer com certeza. Há tantas partes de corpos que é difícil fazer uma previsão precisa”, justificou Jasinghe à agência Reuters.
A revisão em baixa foi confirmada por Ruwan Wijewardene, número dois do ministério da Defesa do Sri Lanka. Segundo ele, o número oficial de mortos está agora nos 253, menos 106 do que o que tinha sido avançado, mas a previsão pode mudar a qualquer momento. “Infelizmente, o ministério da saúde tinha-nos dado o número anterior”, explicou. Tudo porque as morgues não estão a conseguir contabilizar com “maior exatidão” o número de cadáveres que recebem.
As novas informações sobre as vítimas mortais no Sri Lanka surgem quatro dias depois de um ataque terrorista reivindicado pelo Estado Islâmico ter decorrido no domingo de Páscoa em quatro hotéis, três igrejas e um complexo de vivendas. As oito explosões foram registadas nas cidades de Colombo, Negombo e Dermatagoda. Ocorreram todas por volta das 8h45 locais.
Uma das vítimas confirmadas é Rui Lucas, um português natural de Viseu que estava no Sri Lanka em lua de mel com a mulher, Sílvia. O casal estava hospedado no Hotel Kingsbury, em Colombo, um dos hotéis que foi alvo de ataques bombistas.
Secretário da Defesa e chefe da polícia demitem-se
O secretário da Defesa do Sri Lanka demitiu-se esta quinta-feira, na sequência dos atentados terroristas, disse uma fonte ministerial à agência France Presse. Hemasiri Fernando entregou a sua carta de demissão ao Presidente Maithripala Sirisena, que é também o ministro da Defesa.
“Ele disse ao Presidente que aceita a responsabilidade” pelo fracasso das forças de segurança antes dos atentados, declarou a fonte que não quis ser identificada. O Sri Lanka reconheceu que fracassou na missão de assegurar a segurança nacional, por dispor de informações prévias de serviços secretos que indicavam que um movimento islamita local se preparava para realizar atentados.
A 11 de abril, o chefe da polícia do Sri Lanka escreveu uma nota de alerta, indicando que o National Thowheeth Jama’ath (NTJ) preparava ataques suicidas contra “igrejas emblemáticas”. O alerta baseava-se em elementos fornecidos pelos serviços secretos indianos. O documento foi transmitido a vários altos responsáveis, mas não ao primeiro-ministro nem ao vice-ministro da Defesa.
“Houve claramente uma falha da comunicação dos serviços secretos. O governo deve assumir as suas responsabilidades pois se a informação tivesse sido transmitida às pessoas corretas poder-se-ia talvez ter evitado ou minimizado” os atentados, disse o vice-ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene.
O chefe da polícia do Sri Lanka também se demitiu, anunciou esta sexta-feira o Presidente Maithripala Sirisena. “O inspetor-geral da polícia pediu a demissão”, disse o chefe de Estado durante uma conferência de imprensa.
Muçulmanos obrigados a esconder-se
Pelo menos 700 refugiados muçulmanos estão escondidos, obrigados a fugirem das suas casas por serem perseguidos, numa altura em que as tensões entre as comunidades religiosas no Sri Lanka aumentam após os atentados.
Os ataques suicidas, em igrejas e hotéis de luxo, vieram abalar a calma que se vivia no país de maioria budista desde que a guerra civil entre os separatistas tâmiles e hindus terminou há 10 anos. O país vive agora sob a ameaça do regresso à violência sectária.
Um grupo de cerca de 500 muçulmanos está abrigado numa cidade, tendo-se registado uma forte presença policial no local onde estão escondidos. Ao mesmo tempo, dezenas de moradores protestavam contra a sua presença e exigiam que fossem retirados. O grupo pertence à comunidade Ahmadi, uma seita minoritária do Islão que é perseguida no Paquistão e legalmente proibida de entrar nas cidades sagradas de Meca e Medina.
ZAP // Lusa
Não é uma crítica, é uma ajuda. Uma contribuição: No sub-título “Muçulmanos obrigados a esconderem-se” está incorrecto gramaticalmente. As pessoas são obrigadas a “fazer” alguma coisa, e não a “fazerem” alguma coisa. O tempo do verbo correcto é o infinitivo.
É um erro recorrente em Português. A forma de o evitar é pensar nos seguintes exemplos:
Eu vi as pessoas fazerem uma coisa – correcto.
Eu vi as pessoas a fazer uma coisa – correcto.
Eu vi as pessoas a fazerem uma coisa – incorrecto.
Basta pensar que a presença do “a”, equivale a escrever “estarem a”. Então ficaria:
Eu vi as pessoas estarem a fazer uma coisa – correcto.
Eu vi as pessoas estarem a fazerem uma coisa – incorrecto, e agora percebe-se porque soa logo mal.
Caro Miguel,
Obrigado pelo reparo, está corrigido.
O erro na contagem de cadáveres resultantes de atentados ou desastres naturais deve-se muitas vezes à contagem de pés desmembrados. Conta-se pés pertencentes à mesma vítima como se pertencessem a vítimas diferentes.