Menor eficácia, apenas uma dose. Rússia aprova versão ‘light’ da Sputnik V

Georgi Licovski / EPA

A Rússia aprovou esta quinta-feira uma versão ‘light’ da sua vacina contra a covid-19, a Sputnik V, que será administrada numa só dose, embora tenha uma eficácia um pouco menor, anunciou o Fundo Russo de Investimento Direto.

Segundo este fundo, que financia o desenvolvimento da vacina, a Sputnik Light tem uma eficácia de 79,4% no combate à covid-19, ou seja, um pouco menos do que a eficácia de 91,6% da versão original, que é dada em duas doses, avançou a agência Lusa.

A Sputnik V ainda não está autorizada na União Europeia, mas já deu um passo nesse sentido, apresentando o pedido que deu início à sua análise pelo regulador europeu.

Em março, a Rússia já tinha afirmado que os seus cientistas estavam a fazer testes clínicos à Sputnik Light.

Apresentada no verão de 2020, a Sputnik V foi inicialmente recebida com ceticismo, mas já convenceu cerca de 50 países, sobretudo depois de a sua credibilidade ter sido validada em fevereiro pela Lancet.

O desenvolvimento da vacina foi confiado a instituições estatais e é considerado por Moscovo como um sucesso histórico da Rússia. A escolha do nome também é altamente simbólica, visando homenagear o primeiro satélite colocado em órbita pela URSS, em 1957, lembrando o feito científico e o revés histórico para o rival norte-americano.

Moderna faturou 1415 milhões de euros até março

A farmacêutica Moderna faturou entre janeiro e março 1.700 milhões de dólares (1.415 milhões de euros) graças às vendas da vacina anti-covid e teve um lucro de 1.200 milhões de dólares (mil milhões de euros).

Cj Gunther / EPA

epa08823684 (FILE) – Signs at the main entrance for the biotech firm Moderna, are seen outside the company’s Norwood facilities in Norwood, Massachusetts, USA 25 February 2020 (reissued 16 November 2020). US Biotech firm Moderna Inc., announced on 16 November that their recently-developed new vaccine against COVID-19 is 94,5 percent effective against the SARS-CoV-2 coronavirus. The announcement comes a week after Pfizer announced another vaccine, reportedly 90 percent effective. EPA/CJ GUNTHER

No total, a Moderna faturou 1.900 milhões de dólares durante os primeiros três meses do ano, principalmente devido à venda de mais de 100 milhões de doses da sua vacina, segundo um comunicado publicado esta quinta-feira.

A empresa norte-americana anunciou que reviu em alta as suas previsões de vendas da vacina para o conjunto do ano para um total de 19.200 milhões de dólares e disse que espera entregar durante o segundo trimestre entre 200 e 250 milhões de doses.

“No primeiro trimestre, a equipa da Moderna cumpriu os seus compromissos de fornecimento a muitos governos e ajudou a proteger mais de 100 milhões de pessoas. Esta conquista traduziu-se no primeiro trimestre de lucros na história da companhia, após 10 anos de inovação científica e vários milhares de milhões de dólares investidos para tornar a nossa plataforma de ARNm uma realidade”, disse o presidente executivo, Stéphane Bancel.

O mesmo responsável adiantou que a Moderna espera produzir em 2021 pelo menos 800 milhões de doses da sua vacina, que usa a tecnologia de ARN mensageiro, mas tentará aproximar-se dos mil milhões de doses.

Bancel referiu que a empresa está em conversações com os governos com quem tem contratos em 2021 para entregas em 2022 de doses iniciais e de reforço da vacina e mantém negociações com outros países da Ásia, Médio Oriente, África e América Latina. A expectativa é que o total de doses contratadas para 2022 seja maior do que em 2021.

Os títulos dos fabricantes de vacinas recuaram no final da sessão de quarta-feira da bolsa de Nova Iorque, depois de o governo do presidente Joe Biden ter anunciado que é favorável ao levantamento de patentes das vacinas contra a covid-19, para acelerar a sua produção e distribuição.

As ações da Moderna caíram 6,19% e esta quinta-feira nas operações eletrónicas que antecedem a abertura de Wall Street continuavam em queda.

// Lusa

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