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“Não se podia brincar ou tomar banho”, conta menina migrante presa nos EUA

Uma menina, mantida durante duas semanas num centro para migrantes em Clint, no Texas, contou a sua experiência. Além de dormirem no chão, as crianças que choravam pelos pais eram trancadas.

Numa entrevista à Associated Press, uma menina de 12 anos, emigrante da América Central, descreveu como foi a sua estadia de quase duas semanas no centro de detenção da Patrulha de Fronteira em Clint, no Texas. Aos seus advogados, a menina contou que as crianças não tinham comida suficiente e eram “maltratadas”.

Em espanhol, e numa entrevista que foi gravada em vídeo, a menina contou que dormia no chão, recebia comida que tinha um sabor “muito mau” e ouvia gritos das outras crianças constantemente.

Por razões de segurança, a agência noticiosa decidiu não divulgar o nome da menina ou a sua origem. Segundo os advogados, a criança chegou aos Estados Unidos a 23 de maio, acompanhada pela sua tia e pela irmã, de apenas 6 anos. As irmãs foram imediatamente separadas da tia, que, segundo a Sábado, ainda se encontra detida.

A mãe das crianças ainda está nos Estados Unidos, tendo chegado há quatro anos, depois de ter escapado a um marido violento. As meninas e a tia seguiram-na este ano, depois de ele as ter ameaçado.

“As crianças não podiam brincar ou tomar banho” e as mais jovens, que “choravam pela mãe, pelo pai, pela tia, de quem sentiam falta”, eram “trancadas”, conta a menina, acrescentando que os agentes da Patrulha de Fronteira eram “maus para nós”. “Era feio lá”, acrescentou.

Ela e a irmã foram transferidas para o estado norte-americano de Minnesota e o seu advogado, Taylor Levy, afirmou que a sua mãe, que entretanto pediu asilo aos Estados Unidos, voou do Texas para ir buscá-las no dia 3 de junho, depois de um oficial da Patrulha de Fronteira lhe dizer que tinham sido várias vezes hospitalizadas com gripe.

Segundo o advogado, o reencontro foi “incrivelmente difícil”, uma vez que “as meninas estavam altamente traumatizadas“.

ZAP //

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