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Saiu um Mega Millions de 1,3 mil milhões. Cada vez mais Mega, cada vez mais difícil ganhar

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ZAP // Mega Millions

O prémio do Mega Millions, o Euromilhões dos EUA, não tinha saído na terça-feira, e tinha acumulado novamente até aos 1,35 mil milhões. Finalmente, esta sexta-feira, houve um feliz contemplado.

O super-jackpot de 1,35 mil milhões do Mega Millions saiu finalmente. Um apostador no Maine, nos EUA, acertou em todos os números da chave vencedora.

Apesar de ser uma sexta-feira, 13, saiu a sorte grande ao apostador, que tinha apenas 1 em 302,6 probabilidades de acertar. Mas assim aconteceu, e o Mega Millions fez mais um excêntrico multi-milionário — à escala dos EUA.

Este foi o segundo maior prémio da história, poucos meses depois do recorde de 2 mil milhões da lotaria Powerball, ganho em novembro por um apostador na Califórnia.

Muitos países têm lotarias com prémios elevados, mas os Estados Unidos têm estado a bater recordes de prémios com frequência.

Por que estes prémios são tão altos?

Jonathan Cohen, autor do livro For a Dollar and a Dream: State Lotteries in Modern America, explicou o fenómeno à BBC.

Inicialmente, os Estados norte-americanos tinham cada um a sua própria lotaria.

Mas, conta Cohen, a frustração dos Estados com menor população levou à criação de associações de lotarias entre diversos Estados — cansados de ver os seus habitantes atravessar a fronteira para comprar bilhetes nos Estados maiores, com potencial de oferecer prémios mais altos.

O Illinois, por exemplo, tem uma população muito maior do que a do Estado vizinho do Iowa — e mais pessoas jogam na sua lotaria. Se ninguém ganhar, o prémio é acumulado e continua a aumentar.

Este aumento leva menos pessoas do Iowa a comprar bilhetes no seu Estado, já que podem simplesmente atravessar a fronteira para o Illinois, onde o prémio é maior.

Os Estados começaram então a juntar-se, nos anos 1980. Atualmente, o Powerball e o Mega Millions são oferecidos em 45 Estados, o que explica por que os prémios atingem valores tão altos.

Refira-se que, segundo as regras do Mega Millions, não é preciso ser cidadão ou residente no país para concorrer ao prémio. Há a possibilidade de se estar “de passagem”, de férias, e jogar.

Os bilhetes não são vendidos, fisicamente, fora dos EUA. Mas há sites especializados que aceitam apostas realizadas online – e, depois, um funcionário ou colaborador desse portal compra os bilhetes oficiais em nome do jogador e envia uma cópia digitalizada para a conta do apostador.

As probabilidades

O tamanho dos Estados Unidos não é o único motivo para os grandes prémios. As regras dos jogos também foram sendo alteradas ao longo dos anos.

“As comissões de lotarias e os jogos de múltiplos Estados têm reduzido a probabilidade de ganhar, aumentando a acumulação dos prémios para que atinjam valores cada vez mais altos”, explica Cohen.

Ora, acontece que os apostadores nem sempre se preocupam com as probabilidade.

“As pessoas não conseguem entender a diferença entre 1 em 4 milhões, 1 em 40 milhões ou 1 em 400 milhões de probabilidade de ganhar – mas sabem a diferença entre os prémios de 4 milhões, 40 milhões ou 400 milhões“, afirma Cohen.

Também a proliferação de bilionários mudou os padrões de riqueza.

“A lotaria tornou-se uma das únicas formas que as pessoas têm para ganhar algo como mil milhões de dólares sozinhas“, afirma Cohen. “É por isso que inspira tanta febre cultural atualmente, mesmo que as probabilidades tenham ficado incrivelmente menores do que costumavam ser.”

Danielle Frizzi-Bab, porta-voz da Mega Millions, afirma que “a matriz atual do jogo” para ganhar entrou em vigor em 2017, e acrescenta que as recentes corridas ao prémio foram multiplicadas pelo “interesse durante as festas de fim de ano“.

Por outro lado, “as taxas de juros, que influenciam o prémio que é efetivamente recebido, tiveram menor influência”, diz Frizzi-Bab.

O amor dos norte-americanos pela lotaria é alimentado, até certo ponto, pelo frenesim das notícias na comunicação social à volta dos prémios cada vez mais altos.

Cohen afirma que há um elemento de participação cultural, “em que as pessoas sentem que estão a perder alguma coisa se não comprarem um bilhete”.

Entre as pessoas entrevistadas no seu livro, muitos não tinham sequer pensado em jogar na lotaria até verem notícias sobre um prémio elevado nos noticiários.

E, se ninguém ganhar, o dinheiro acumula para o sorteio seguinte, aumentando o seu  valor, o que atrai ainda mais atenção de imprensa — e, provavelmente, apostadores.

ZAP // BBC

1 Comment

  1. “que tinha apenas 1 em 302,6 probabilidades de acertar”
    o correcto é: “1 em 302,6 milhões de probabilidades de acertar”

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