Médicos e Governo continuam sem acordo sobre aumentos salariais. O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, recusa criar “novos fatores de desequilíbrio”, com os aumentos salariais dos médicos.
A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) realçou, esta terça-feira, ao final da noite que a negociação com o Governo sobre aumentos salariais ainda está num “estado embrionário”.
A Fnam, liderada por Joana Bordalo e Sá defendeu que é necessária “vontade política” para ser alcançado um acordo.
“Além do que supostamente se evoluiu hoje, é preciso também que as grelhas salariais evoluam de facto, senão [a negociação] vai ser muito difícil”, destacou à Lusa a presidente da Fnam, no final de uma nova ronda negocial entre o Ministério da Saúde e o seu sindicato e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
30% vs 5%
O secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, reafirmou a disponibilidade para o aumento ser “faseado durante o tempo”.
A contraproposta dos sindicatos apresentada ao Governo prevê um aumento salarial transversal de 30%.
Mas o Governo, que propõe um aumento de 5%, “manteve-se intransigente em relação a essa matéria”, destacou Jorge Roque da Cunha.
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, frisou, no final da reunião, que o acordo com os médicos sobre aumentos salariais está próximo, mas defendeu que as negociações devem ter “balizas muito claras” que reconheçam o papel destes profissionais sem introduzir “novos fatores de desequilíbrio”.
A próxima ronda negocial está marcada para sexta-feira à tarde.
Médicos mais mal pagos da Europa
Para a presidente da Fnam, o sucesso das negociações entre Governo e médicos depende de “vontade política”, lembrando que, em 2018, “outra profissão do Estado de responsabilidade enorme, como os juízes, tiveram uma reposição também da sua grelha salarial de 30% e com retroativos”.
Joana Bordalo e Sá sublinhou que deve haver o reconhecimento de uma profissão com elevado grau de responsabilidade e serem dadas condições para realizar um bom trabalho.
“Estamos a lidar com a vida das pessoas. Não podemos pura e simplesmente continuar a ser os médicos mais mal pagos da Europa”, vincou, alertando que sem condições os médicos optam por outras alternativas, como o setor privado ou a emigração.
No final da nova ronda negocial no Ministério da Saúde, em Lisboa, Jorge Roque da Cunha, adiantou tinham sido consolidados avanços negociais noutras matérias, como férias e tempo de trabalho no serviço de urgência.
As negociações entre o Ministério da Saúde e o SIM e a Fnam iniciaram-se em 2022, mas a falta de acordo tem agudizado a luta dos médicos, com greves e declarações de escusa ao trabalho extraordinário além das 150 horas anuais obrigatórias, o que tem provocado constrangimentos e fecho de serviços de urgência em hospitais de todo o país.
ZAP // Lusa
Desentendimento devido a esses enormes egos inlados de ambas as partes corruptas.
Eu também sou o reformado mais mal pago da europa.
Vou fazer greve do voto e recuso-me a votar mais nestes políticos (que não são os mais mal pagos da europa)
As “Maratonas” que un Utente tem de tentar aguentar, até ser atendido en tempo e horas para resolver un problema de Saúde , en Portugal , é uma situação digna do terceiro Mundo ! ……… Muitos casos não tratados com os meios necessários e atempados , podem acabar mal . Não seriam os primeiros a fazer Noticia . Governo e classe Medica , por toda as razões que tenham , devem ser incriminados en caso de mortes por falta de Assistência en devido tempo ou até mesmo a Ausência dela ! …..isso Sim !….é um Desequilíbrio Social Sr. Ministro ! . É evidente que nunca lhe faltará Assistência Médica a tempo e horas , para não dizer no minuto ! . A Saúde e a Vida de uma Pessoa deve prevalecer a cima de tudo !
Este ministro “língua enrolada” quando entrou, gabava-se que ia pôr o SNS num brinco. A sua lábia traiu-o ou é mais do mesmo que mostrou como vereador da Câmara do Porto. Rua com este artolas laracheiro!
Embora grande parte do caos instalado na saúde é devido a falta de reformas estruturais por incompetência dos nossos políticos, as exigências dos médicos saem do admissível. Como se pode compreender se há falta de médicos que se queira partir para as 35 horas reduzindo a disponibilidade médica e aumentando a necessidade de horas extras, como se pode aumentar em 30% os salários sem que haja um escrutínio na produtividade dos médicos que em Portugal e bastante reduzida. O que é mais incrível é como se decreta serviços mínimos para aos outros profissionais de saúde e para os médicos fechar urgências é justo e serviços mínimos não existem.
O se médicos tem as costas quentes , e nunca são responsabilizados, e são uns grandes oportunistas, podem fazer erros a vontade, vem logo a ordem que os tutela calar a boca a quem denunciou..
Os médicos queixam-se das horas extraordinárias. Agora vão reduzir o horário normal para as 35h semanais. Como o trabalho não diminui e o número de médicos não aumenta, parece-me óbvio que em breve se vão bater recordes de horas extra. Qual é a lógica disto? Escapa-me. Se calhar, é para Portugal aparecer com mais um recorde no Livro de Rcordes do Guiness. Entretanto, mais horas significa mais vencimento que significa mais despesa do Estado, que significa: paga, Zé Contribuinte!
É inadmissível os médicos pedirem aumentos de 30 por cento,os mesmos que já têm uma grelha salarial acima de qualquer Português, eu e outros colegas meus trabalhávamos ao sol e á chuva, mesmo assim quando nos davam horas extras a fazer era uma dádiva abençoada, Senhores médicos sabem porquê? pensem qual seria o motivo.