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Marques Mendes: 3.ª doses arrancam em outubro, governo desgastado e o “patife de pior espécie” que é Rendeiro

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Carlos Barroso / Lusa

Luís Marques Mendes

Comentador criticou juízes dos processos em que João Rendeiro está a ser investigado, sugere uma remodelação do Governo após a aprovação do Orçamento do Estado — que, na opinião do próprio, já devida ter acontecido — e antevê uma luta pela liderança do PSD com uma saudável discussão de ideias entre os candidatos. 

Luís Marques Mendes, ontem à noite, revelou que as terceiras doses da vacina contra a covid-19 para maiores de 65 anos deveram mesmo avançar, com a administração a começar neste mês de outubro e a prolongar-se até dezembro — um calendário que já tinha sido antecipado por António Costa anunciou quando os últimos passos do desconfinamento.

Na altura, o primeiro-ministro revelou que os maiores de 65 anos deveriam receber as doses de reforço “até ao final de dezembro, para chegarmos aos festejos natalícios com todos os elementos do agregado familiar devidamente protegidos“. O Governo está, por isso, à espera de orientações da Agência Europeia do Medicamento. O comentador destacou ainda o novo fármaco da empresa norte-americana MSD – Merck Sharp & Dohme, o qual consiste num comprimido que a farmacêutica diz reduzir o risco de infeção grave e mortalidade para metade.

Num outro âmbito, o da fuga de João Rendeiro, o antigo líder do PSD não escolheu palavras brandas para se referir ao antigo presidente do Banco Privado Português, o qual intitulou de “patife da pior espécie“. Sobre o caso, Marques Mendes atribuiu as culpas aos juízes encarregues pelos processos em que Rendeiro está envolvido, dizendo que estes, mais do que os políticos, são os verdadeiros responsáveis pela fuga do antigo banqueiro.

“Esta gente não se enxerga. Ao menos deviam ter coluna vertebral e assumir os erros. Os políticos cometem muitos erros. Mas aqui, neste caso, não há qualquer culpa dos políticos, sem governantes ou deputados. A culpa é, toda ela, dos magistrados”, acusou.

No que concerne ao contexto político nacional, Luís Marques Mendes voltou a falar num cenário de remodelação no Governo — o qual já tinha previsto para antes das autárquicas e que, na sua opinião, deveria mesmo ter acontecido nesse calendário sob pena de a vida futura do executivo de António Costa se tornar “num inferno“. De acordo com o comentador, o Governo já começa mesmo a demonstrar uma “fadiga política”, encabeçada pela “perda de autoridade” do primeiro-ministro.

Como exemplos, o comentador invocou os casos de Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas, que publicamente criticou o seu colega das Finanças, João Leão, e do ministro da Defesa, João Gomes, a propósito da polémica substituição do chefe do Estado Maior da Armada, onde Marcelo Rebelo de Sousa o desautorizou publicamente. A situação acabaria com António Costa a solicitar ao Presidente da República um audiência com caráter de urgência, na qual se fez acompanhar por Cravinho, e que, segundo a Presidência, terá servido para “esclarecer todos os equívocos”.

Mesmo assim, Marques Mendes advoca que “o ministro da Defesa devia-se ter demitido, mas neste Governo ninguém se demite“, notou.

Para o antigo líder, o que está em causa é a “arrogância do poder“, pelo que o cenário mais provável é o de remodelação, a qual deverá acontecer “após a aprovação do Orçamento do Estado”, mas que, na opinião do próprio, já peca por tardia — “já vem tarde”. Isto porque, no seu entender, será difícil encontrar personalidades de “grande prestígio” disponíveis para integrar um Governo em “fim de ciclo“.

Finalmente, sobre as lutas internas do PSD, o antigo líder do partido realçou três factos: a realização de eleições em “dezembro ou janeiro”, que Rui Rio e Paulo Rangel serão candidatos e que Luís Montenegro — que ontem, em entrevista ao JN/DN, afastou a hipótese de se candidatar — irá apoiar Paulo Rangel.

Na opinião do próprio, “é positivo que Rui Rio se recandidate porque saiu reforçado das autárquicas”, ao mesmo tempo que Paulo Rangel “não deve ser criticado por avançar”. De facto, Marques Mendes considera que Rangel “vai prestar um bom serviço ao partido” por promover o debate de ideias. Já sobre a entrevista de Luís Montenegro, o comentador elogiou-a, catalogando-a como “inteligente”, e concluiu que o facto de o antigo líder da bancada parlamentar do PSD não avançar pode ser lido como um apoio “indireto” a Rangel.

Para o comentador, é “positivo que haja uma disputa de liderança centrada em ideias“, que promova a união no partido e que leve os militantes a decidir “serenamente“. “É preferível haver confronto de ideias saudável do que paz podre“, concluiu, sublinhando, ainda assim, que “continua a haver problemas políticos sérios no PSD que é bom clarificar”.

ARM //

3 Comments

  1. Marques Mendes, Outro trovador da decência que ainda não apareceu em nenhuns ‘papers’.
    O comentário dele sobre a entrevista com o Balsemão mostra bem uma enguia, quando em acção.
    Se o Balsemão é PPD, o Marques Mendes é PSD

    • O pequenino não pareceu (ainda) nos papers, mas apareceu nos Vistos Gold!…
      É mais um advogado das elites e das trafulhices que se faz de comentador…

  2. A culpa do Rendeiro ter fugido não é do Governo mas sim dos juizes que levam imenso tempo para resolver o assunto dando uma porta aberta para que isto aconteça. Agora cacem-no. Isto estou convencido é só a ponta pequenina do Iceberg.

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