O marisco que chega do Reino Unido à União Europeia tem de passar por uma inspeção de um veterinário, além de um mar de burocracia.
O Brexit veio atrapalhar a vida de muitas empresas britânicas que aproveitavam a presença na União Europeia para facilitar as suas exportações para os restantes Estados-membros. É este o caso, por exemplo, da PDK Shellfish.
A empresa exporta maioritariamente marisco para o resto da Europa, mas com o Brexit há uma nova regulamentação que está a fazer-lhes a vida negra. Antes que possa exportar os seus caranguejos e lagostas para França e Espanha, eles devem ser certificados por um veterinário.
“Não tenho nada contra os veterinários, são pessoas adoráveis”, disse Paul Knight, diretor-administrativo da PDK Shellfish, ao The New York Times. “Mas quando é que você levou a sua lagosta de estimação ao veterinário?”.
O excesso de burocracia que adveio da saída do Reino Unido da União Europeia faz com que o transporte de mercadoria atrase, provocando a morte dos crustáceos no percurso.
Agora, Alastair Mackie, capitão da embarcação Dignity Jay, que apanha grande parte do marisco da PDK Shellfish, deve entregar a mercadoria mais cedo. Para isso, tem de terminar de pescar às 11h30, em vez de parar às 17h.
É uma corrida contra o tempo para garantir que o marisco chega vivo ao destino — caso contrário, perde o seu valor. E, por vezes, o Brexit pode não ser o único problema. Uma greve em França faz com que os camiões tenham de sair ainda mais cedo.
Na chegada à Europa continental, a mercadoria é inspecionada por uma equipa de veterinários. Os camiões são inspecionados pela ordem em que chegam. Pode demorar uma hora ou duas, embora haja casos em que a espera foi de cinco horas. Os ponteiros do relógio continuam a mover-se.
Quem importa o marisco também vive na incerteza. Os atrasos nas inspeções tornam impossível saber quando é que a mercadoria chegará.