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Marisa Matias critica “seis meses tristes” da presidência portuguesa da UE

Manuel Fernando Araújo / Lusa

A eurodeputada do Bloco de Esquerda, Marisa Matias.

A eurodeputada bloquista, Marisa Matias, criticou na sexta-feira os “seis meses bem tristes” da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, acusando o Governo de proteger os interesses das farmacêuticas no caso das patentes das vacinas contra a covid-19.

Na habitual “antecâmara” da XII Convenção Nacional do BE, que decorre hoje e domingo em Matosinhos, distrito do Porto, realizou-se esta noite uma sessão internacionalista intitulada “Salvar vidas, não os lucros”, pelo levantamento das patentes das vacinas contra a covid-19 na União Europeia.

“As farmacêuticas protegem os seus lucros, a Alemanha e a França protegem as suas farmacêuticas e o Governo português protege os interesses da Alemanha e das farmacêuticas em vez de defender o levantamento das patentes que é o que pode salvar vidas”, criticou.

Na perspetiva da dirigente do BE, “o Governo português teve uma oportunidade única na presidência do Conselho Europeu de fazer a diferença e desperdiçou-a”.

“Decidiu mais uma vez obedecer e colocar a saúde pública em segundo lugar, decidiu mais uma vez ser bom aluno”, lamentou.

Para Marisa Matias, “a marca que vai ser deixada pelo Governo português desta presidência é do isolamento da União Europeia em relação ao levantamento das patentes”, uma marca “de quem não quer fazer a diferença e sobretudo de quem não quer lutar pelo interesse comum”.

“Seis meses de presidência portuguesa e são seis meses em que as prioridades, afinal, não o são. Não é a agenda de combate à pobreza, não é o pilar social, não são as alterações climáticas e também não é a defesa da saúde pública e da vacina como um bem comum. Seis meses bem tristes, diga-se de passagem”, criticou.

De acordo com a eurodeputada do BE, a União Europeia “está cada vez mais isolada e o levantamento das patentes é apenas uma questão de tempo”.

“É por isso que eu creio que veremos nos próximos tempos os líderes europeus a recuar”, antecipou.

// Lusa

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