Não é uma declaração pública, mas Marisa Matias parece ter levantado subtilmente a ponta do véu. Num artigo de opinião publicado no jornal Público, a eurodeputada assume compromissos para o futuro.
Esta segunda-feira, Marisa Matias assinou um artigo de opinião no jornal Público, que não parece estar muito longe de um manifesto eleitoral. “O futuro começa a decidir-se agora. E as escolhas deste ano e do próximo ano vão determinar o país que teremos”, escreve a eurodeputada do Bloco de Esquerda.
As eleições presidenciais contam, até agora, com um candidato oficial – André Ventura – contra o atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, e têm data marcada para janeiro de 2021.
Marisa Matias é o nome mais apontado nas fileiras do Bloco de Esquerda para uma eventual corrida a Belém e, no artigo de opinião, a dirigente do partido fala precisamente em “escolhas” a tomar neste período. O Expresso recorda que, há quatro anos, Marisa Matias candidatou-se também contra Marcelo Rebelo de Sousa e conseguiu uns simpáticos 10% pelo Bloco de Esquerda.
“À elite económica e social que faz da desigualdade a sua política, respondo com a universalidade do Estado social, com a solidariedade e a repartição da riqueza, com a luta por justiça climática e justiça social. A esquerda dirá presente a este desafio“, admite a eurodeputada.
No mesmo texto, Marisa Matias explica as implicações da pandemia de covid-19 no tecido social e económico e as soluções que vem propor, como se se tratasse de uma espécie de programa eleitoral.
A bloquista insiste na “promoção do trabalho com direitos e a criação de emprego” pela parte laboral e no reforço dos serviços públicos e, em particular, do Serviço Nacional de Saúde (SNS), “contra os que querem deixá-lo refém dos privados”. “Eu assumo o reforço do Serviço Nacional de Saúde – em profissionais, meios técnicos, autonomia de gestão, recursos financeiros – como primeiro garante da segurança de todos e do cuidado com todos.”
“A energia de um país solidário é a que me move e aquela por que lutarei nos próximos meses. Julgo que, sob a crise sanitária, compreendemos que o nosso desafio coletivo é o de sermos um país em que todos tenham vidas seguras. A pandemia ensinou-nos que os bens essenciais do país são o trabalho e os serviços públicos. É neles que temos que investir como pilares da segurança de todos”, rematou.