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Marisa Matias, “a candidata contra o medo”, lança-se na corrida a Belém

Estela Silva / Lusa

Marisa Matias

Marisa Matias volta a candidatar-se em 2021 às eleições presidenciais apoiada pelo Bloco de Esquerda. Esta tarde, a eurodeputada fez a sua primeira declaração sobre a recandidatura a Belém.

“Estou aqui para vos dizer que serei candidata à Presidência da República”, disse Marisa Matias no tiro de partida para a corrida eleitoral a Belém.

Segundo o Observador, na apresentação da recandidatura teve apenas profissionais da “primeira linha de combate à covid-19 na assistência“, nas cerca de 20 cadeiras distribuídas pelo Largo do Carmo, em Lisboa.

A recandidatura ao Palácio de Belém serve para fazer uma “campanha contra o medo”, na qual Marisa Matias se apresenta como “socialista, laica e republicana”, que vai à luta pelas suas ideias, “ao lado de quem não desiste de Portugal”.

“Venho a esta campanha para mostrar que não pode haver medo”, frisou a bloquista, afirmando-se como uma “candidata frente a frente com Marcelo Rebelo de Sousa”.

“É o Presidente em funções e sei bem das diferenças com o passado”, continuou, acrescentando que não terá “o voto dos mandatários das fortunas”, como Marcelo Rebelo de Sousa, mas sim “dos jovens trabalhadores que não aceitam empobrecer nesta segunda crise das suas vidas”.

Apesar dos caminhos onde se encontra com o atual chefe de Estado, como o apoio aos sem-abrigo ou aos cuidadores informais, a eurodeputada assinalou que discorda de Marcelo “em questões essenciais“, pedindo “o voto sobre essa diferença”.

“Marcelo quer um regime político assente em mais do mesmo, eu quero um regime que responda à pandemia social e que acabe com os privilégios; ele aceitou um regime financeiro que se foi esvaindo em privatizações e negócios, eu quero uma banca pública de confiança; ele quer um sistema de saúde concedido em parte a hospitais privados, eu quero um Serviço Nacional de Saúde de qualidade para todos porque sei que, quando o comércio entra na Saúde, são os que menos têm que ficam a perder”, distinguiu.

Esta será a quarta vez que Marisa Matias irá protagonizar uma candidatura bloquista, tendo duas sido como cabeça de lista ao Parlamento Europeu (2014 e 2019) e a outra como candidata apoiada pelo Bloco às últimas presidenciais.

No final de maio, fonte oficial do partido revelou à Lusa que o BE iria debater a corrida presidencial “ainda antes do final do verão”, na semana em que a líder bloquista, Catarina Martins, afirmou que “o Bloco de Esquerda, no seu tempo”, apresentaria “a sua candidatura”.

Nessa altura, no programa da RTP1 “5 para a meia-noite”, Catarina Martins foi desafiada a escolher em quem votaria nas presidenciais: “Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes ou num candidato que o Bloco ainda vai arranjar”. “Eu nas últimas votei na Marisa Matias e gostei tanto“, disse apenas a coordenadora do BE.

Na última convenção do partido, em novembro de 2018, quando Catarina Martins anunciou à reunião magna que iria propor Marisa Matias como cabeça de listas às eleições europeias de 2019, a líder bloquista referiu: “ela foi a candidata que teve mais votos em Portugal numa eleição presidencial e algum dia uma mulher será Presidente”.

Marisa Isabel dos Santos Matias nasceu em Coimbra, em 20 de fevereiro de 1976, e é socióloga.

Desde cedo que se envolveu em causas estudantis e cívicas, tendo sido mandatária nacional do “Movimento Cidadania e Responsabilidade pelo Sim”, aquando do referendo nacional pela despenalização do aborto em 2007, tendo sido em 2009 eleita pela primeira vez eurodeputada do BE

ZAP // Lusa

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