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Maria João Avillez e SIC podem pagar multa por entrevista a Montenegro

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Nuno Fox / SIC

Entrevista de Luis Montenegro a Maria João Avillez na SIC

A Comissão da Carteira do Jornalista está a ponderar apresentar queixa contra a SIC e contra Maria João Avillez por causa da entrevista realizada ao primeiro-ministro Luís Montenegro.

A Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) está a “avaliar o caso”, como sublinhou a presidente da entidade, Licínia Girão, em declarações à Rádio Antena 1.

Está também a ser analisada a possibilidade de apresentar uma queixa ao Ministério Público por um “eventual crime de usurpação de funções“, realça a presidente da CCPJ, citando o artigo 358.º do Código Penal que refere que “as pessoas não podem exercer funções sem estarem habilitadas para tal quando a profissão exige que o estejam”.

Na entrevista realizada a Luís Montenegro que foi exibida na terça-feira na SIC, Avillez foi identificada como jornalista. Mas, apesar da vasta experiência no jornalismo, não tem a Carteira Profissional de Jornalista desde 2008.

O director de informação da SIC, Ricardo Costa, referiu ao Diário de Notícias (DN) que a decisão de apresentar Maria João Avillez como jornalista foi sua. “Voltaria a tomá-la com a mesma segurança”, realça.

Ricardo Costa também recorda que Avillez tem feito entrevistas a outras personalidades, inclusive ao Papa, que foram transmitidas pela CNN Portugal.

A entrevista mereceu muitas críticas, sobretudo depois das declarações polémicas de Montenegro sobre os jornalistas.

“O primeiro-ministro diz de manhã que os jornalistas fazem perguntas encomendadas, e à noite dá uma entrevista que as pessoas pensam que é feita por uma jornalista que viemos a saber que não tem Carteira Profissional de Jornalista”, apontou o presidente do Sindicato dos Jornalistas, Luís Filipe Simões, em declarações ao DN.

Avillez foi obrigada a entregar a Carteira de Jornalista

Maria João Avillez passou por jornais como o Expresso e o Público, tendo ainda colaborado com o Diário Noticias e a revista Sábado. Também trabalhou com a TSF, a Rádio Renascença, a RTP e a SIC Noticias.

Em 1982, ganhou o Prémio EFE de Jornalismo com uma reportagem sobre Francisco Sá Carneiro.

Também já lançou vários livros como escritora e é cronista no jornal online Observador.

Em 2007, numa entrevista ao Jornal de Negócios que é transcrita no blogue da jornalista Anabela Mota Ribeiro, Maria João Avilez falou do facto de ter sido obrigada pela CCPJ a entregar a Carteira de Jornalista por ter, alegadamente, feito publicidade ao Banco Privado.

A lei impõe que os jornalistas não podem fazer publicidade.

Avillez referiu-se à situação como “uma manifestação exuberante de invejazinha“, falando também da “merda de uma carteira”. Na mesma entrevista, confessou ainda que votava no PSD “quase sempre, nem sempre”.

ZAP //

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7 Comments

  1. Reles interesses corporativos. Se fosse por causa de uma cirurgia complicada, entenderia que teria de ser feita por um cirugião experiente, agora tanto barulho por uma entrevista…?

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    • Porque não pilotas aviões? Porque não te sentas no lugar de um deputado qualquer no Parlamento? Porque não passas cartas de condução? Pois é!

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      • Mas A sra é efectivamente jornalista ha uns 50 anos!!! Ha mais tempo do que ha carteiras de jornalista e sindicatos dos jornalistas provavelmente…. Isto é uma gente ridicula. Uma classe que só tem feito asneiras, que explora os recem formados que lhes paga mal que lhes exige o que nao exige aos mais velhos. Uma classe de hipócritas.

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  2. Já foi jornalista e de órgãos jornalísticos de referência.
    Agora, não tem carteira profissional. Porquê?
    Quanto ao partido em que vota é conhecido o seu voto. E que mal isso tem? Conhece-se a sua tendência. É bem pior aqueles jornalistas que nada dizem ou se dizem independentes, mas que se vê bem qual a sua opção e a soldo de quem.

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  3. Independente da carteira, eu tenho de renovar a carta de condução de 2 em dois anos e qualquer dia sou impedido de conduzir, a entrevista foi aflitiva, insegura, sufocante, de desconforto para o entrevistado e para a audiência, lamento.

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