Rodrigo Antunes / Lusa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entende que é necessário fazer o apuramento sobre as supostas irregularidades no acolhimento de refugiados ucranianos em Setúbal.
Na sequência das suspeitas de que mais de 160 refugiados ucranianos terão sido recebidos na autarquia por dois cidadãos russos, um deles alegadamente próximo do Kremlin, no âmbito de um protocolo do município sadino com a Associação dos Imigrantes de Leste (Edintsvo), Marcelo entende que “é preciso fazer o apuramento” sobre o que se passou.
“Os portugueses gostarão de saber o que se passou e o que se passa para conhecer a verdade sobre esta matéria”, disse o Presidente da República, defendendo que é preciso haver conhecimento do que se passa num conjunto de instituições.
“Pode ser que seja uma das lições da investigação é que deve haver um maior conhecimento do que se passa num conjunto de entidades, que por natureza são livres. Talvez fosse bom que os portugueses soubessem qual essa realidade social, por uma questão de transparência“, acrescentou.
Segundo o Diário de Notícias, o chefe de Estado procurou, no entanto, desvalorizar a questão, realçando que um caso desta natureza só pode acontecer nas democracias.
“Este é um problema que se coloca nas democracias, não nas ditaduras. Em democracia, a vida social e a realidade muda tanto, que o acompanhamento é mais difícil”, referiu.
“A sociedade portuguesa está cada vez mais exigente e atenta. A liberdade e a transparência significam escrutínio. É normal, não é um drama”, disse ainda, sem comentar o chumbo do PS à proposta de audição no Parlamento do presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins.
As investigações do caso dos refugiados ucranianos que foram recebidos por russos pró-Putin na Câmara Municipal de Setúbal cabem à Inspeção-Geral das Finanças e à Comissão Nacional da Proteção de Dados.
