Marcelo responde a Rio sobre audiência com Rangel. “Sou como sou e falo com toda a gente”

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Rodrigo Antunes / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

À margem de uma cerimónia para assinalar os 40 anos de uma fábrica de automóveis em Aveiro, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu às críticas de Rui Rio sobre a audiência com Paulo Rangel e comentou a votação do OE.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita a uma fábrica no âmbito dos 40 anos da fábrica da Renault, em Aveiro, Marcelo Rebelo de Sousa comentou a votação do Orçamento e as críticas de Rui Rio sobre a audiência com Paulo Rangel em Belém.

O Presidente da República mostrou não entender a polémica que foi criada e defendeu a sua opção de receber Rangel dizendo que é como é e que sempre falou “com toda a gente”.

“Estamos num momento em que o país decide se tem orçamento ou não, em que pode acontecer uma dissolução da Assembleia da República e a eleições antecipadas. Isto é o que é importante, o que não é importante é as pessoas não perceberem que o Presidente da República é como é. Eu sou como sou e falo com toda a gente, quando me pedem audiências de cortesia recebo, faço isso há seis anos”, esclareceu.

Marcelo justificou o encontro com Rangel com a vontade que o candidato a líder do PSD teve de explicar a sua decisão de desafiar Rui Rio. “Quando há alguém que, perante o facto de eu ter dito que tinha sabido pela Comunicação Social das decisões dos dois candidatos até agora conhecidos à liderança de um determinado partido, me pede uma visita de cortesia, como quem diz que é para me explicar que de facto não disse por esta e aquela razão, o Presidente da República aceita a audiência, como aceita as audiências mais variadas, de todos os partidos e como ao longo da crise falou, em momento crucial, com o líder do PSD e como voltará a falar se houver dissolução do Parlamento”, defendeu o PR.

O Presidente desdramatizou assim as críticas de Rio, que disse não ser “muito estranho e não ser “minimamente aceitável” que Rangel tenha ido a Belém para debater as datas das eleições. O chefe de Estado não especificou o conteúdo da conversa com Rangel, mas garantiu que não se estava a envolver nas lutas internas do PSD e que esse só seria o caso de tivesse recebido o opositor de Rio depois da votação do OE.

“O Presidente não se imiscui na vida dos partidos. Não tenciono formar nenhum partido nem convocar nenhuma reunião magna para falar do futuro do país. Também não vou preferir um ou outro candidato”, afirmou.

O chefe de Estado também voltou a apelar à aprovação do OE, que está agora em debate no parlamento e vai a votos esta tarde. “Prefiro e preferiria que o orçamento passe, mas a decisão soberana é da Assembleia da República”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa. “Vamos esperar para ver a decisão da Assembleia da República. O parlamento só decide quando decidir. Temos de esperar”, sublinhou.

O Presidente da República também adiantou que, em caso de chumbo, vai ouvir os partidos com assento parlamentar e admite que as diligências que fez com o PCP e o Bloco antes do debate de ontem não trouxeram bons agoiros e que é “muito difícil” haver uma viabilização do OE. “Sempre desejei que não chegássemos aqui”, lamentou.

Marcelo não comentou a eventual data das eleições antecipadas, mas disse haver uma “coisa positiva” com a crise política. “Há uma coisa positiva. Se a Assembleia da República entende que não está em condições de aprovar um orçamento que é fundamental para o país, o positivo é devolver aos portugueses para eles dizerem o que pensam relativamente a uma futura assembleia que aprove um orçamento que é fundamental para o país. Mas isso é menos positivo do que seria haver um orçamento já. A diferença entre o já e o depois é o que se chama tempo parcialmente perdido. Mas há uma coisa positiva, que é ser o país a dizer o que pensa”, concluiu.

 

Adriana Peixoto, ZAP //

1 Comment

  1. O Rampel anda a pôr a carroça à frente dos bois. O que podemos esperar desta figurinha ? A agonia do psd , menos democracia e mais divisões e mais cacos. As ilusões podem transformar-se em deceções , isto é correr riscos muito perigosos num num partido em fim de linha. Os sonhos do ultraliberalismo que o Patos c. aplicou insistentemente durante a sua governação caiu por terra como um baralho de cartas. Não sonhem nem elogiem o que não passou de uma amadorismo desorientado e amedrontado. De tal forma que nas pessoas ficou a pior memória daquilo que não se quer mais. Se o psd mantiver a mesma rigidez com os mesmos propósitos não será escolhido nem achado para nada.
    O Rio demonstrou ser cauteloso perante o gigante PS , uma barreira muito forte , não só pela política que fez em relação às pessoas , sobretudo para reformados, tirou determinadas taxas penalizadoras procurando manter o equilíbrio que as pessoas esperam de um governante. No momento conturbado por que passa o psd não tenham ilusões Rio é o mais ponderado, mais conhecedor, mais experiente ,mesmo até durante o tempo que tem sido presidente do psd onde afinou muito das suas capacidades. Realço que o seu diretor de campanha que é Salvador Malheiro é um político que representa grande préstimo para o psd tanto no presente como no futuro. Acredito que Rio será o futuro vencedor como presidente do psd , podendo dar ao psd estabilidade e futuras vitórias.

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