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Marcelo promete ser um presidente que não amua

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Tiago Petinga / Lusa

O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa

O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa

O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa prometeu este sábado que, se for eleito Presidente da República, dispensará quando abandonar o cargo as regalias inerentes ao estatuto específico previsto na lei para ex-chefes de Estado.

Marcelo Rebelo de Sousa falava na apresentação da sua candidatura presidencial em Lisboa, sessão que não encheu o salão da Voz do Operário e na qual estiveram ausentes figuras de primeira linha da direção do PSD.

No seu discurso, com cerca de 45 minutos, o antigo líder social-democrata evocou o espírito dos chefes de Estado da I República e deixou a garantia de ser “um Presidente o mais simples possível nos meios que usa, na vida que leva, nas estruturas que o apoiam e na segurança que o rodeia”.

“Um Presidente que, no final do seu mandato, dispense o estatuto específico para ex-chefes de Estado. Os primeiros presidentes da República entravam e saíam dos cargos discretamente, desempenhando-os com uma frugalidade e reserva assinaláveis”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Claro que hoje muito mudou, o papel presidencial é muito mais vasto e o seu estatuto mais complexo, mas recuperar um pouco desse espírito de moderação, singeleza e frugalidade de há um século talvez seja positivo, sobretudo em tempos de sofrimento para muitos portugueses”, acrescentou.

Na sua intervenção, o professor catedrático da Faculdade de Direito de Lisboa defendeu que Portugal precisa de um chefe de Estado com as seguintes caraterísticas: “Um Presidente que respeite e faça respeitar a Constituição, um Presidente que respeite a separação de poderes, mas que use todos os poderes que tem se e quando necessário e de um Presidente que seja próximo dos portugueses”.

Marcelo prometeu nesse sentido ser “um Presidente para os bons e maus momentos, que esteja disponível para ser atacado, que sabe que a glória dura um segundo e que a acrimónia e a crítica às vezes uma eternidade”

Um Presidente que não amue com perdas de popularidade“, acrescentou o antigo líder do PSD.

Logo no início da sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa explicou o motivo que o levou a escolher a Voz do Operário para apresentar a sua candidatura em Lisboa.

É um local histórico, simbólico da luta pela liberdade, igualdade e justiça social. Os lugares simbólicos da nossa História são património de todos e não apenas de alguns”, disse, numa referência indireta ao facto de a Voz do Operário ser normalmente palco de atividades de forças à esquerda do PS.

/Lusa

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