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Marcelo apela a férias e passeios cá dentro (e recorda que vivemos uma maratona que só “termina em 2022”)

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Mário Cruz / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou esta segunda-feira aos portugueses para que façam férias e passeios cá em Portugal.

“Não é apenas o apelo a que em junho, julho, agosto, setembro, passeiem em Portugal, fiquem em Portugal e programem as suas férias em Portugal, mas aproveitem para fazer turismo cultural com crianças e jovens” nesta altura, disse o chefe de Estado em declarações aos jornalistas durante uma visita à Torre de Belém, em Lisboa

“Comecem a entrar aos poucos na nova normalidade“, continuou.

Apesar do apelo, o Presidente recordou que a situação de pandemia de covid-19 que vivemos é como uma maratona, sublinhando que Portugal ainda está na primeira fase desta “corrida”. “Isto é uma maratona que termina em 2022”, apontou, remetendo para as declarações do primeiro-ministro, António Costa, que nesta manhã disse o que disse que a retoma só deverá voltar aos níveis de 2019 em 2022.

“A primeira parte da maratona é de saúde e de regresso por pequenos passos a uma maior normalização da vida social. A segunda parte é económica e social (…) Na primeira parte da maratona, ganhámos os primeiros 5 quilómetros, correram bem”.

Agora, continuou Marcelo Rebelo de Sousa, “estamos nos segundos 5 quilómetros, daqui até junho, e depois de forma mais aberta de junho e julho”.

Presidente não é contra o regime

Durante a mesma visita, Marcelo Rebelo de Sousa disse que, pelo seu percurso e pelo juramento que fez ao assumir funções, não é certamente contra o regime, e defendeu que de outro modo não podia ser Presidente da República.

O chefe de Estado falava em declarações aos jornalistas depois de questionado se se sente “um Presidente do regime”, como o qualificou e ex-eurodeputada do PS Ana Gomes.

“Sabe que um Presidente da República que votou a Constituição como constituinte, que participou na primeira revisão constitucional e que foi eleito e jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição não é certamente um Presidente contra o regime, porque senão não era Presidente da República”, respondeu.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que “faz parte da lógica da própria eleição presidencial e da lógica do juramento como Presidente da República jurar fazer cumprir a Constituição do regime democrático – e não subverter o regime democrático e não substituí-lo por um regime ditatorial, e não questionar o regime democrático”.

“Mas isso, se perguntar a qualquer Presidente que jurou a sua Constituição, dirá o mesmo”, acrescentou, dirigindo-se para o jornalista que lhe tinha colocado a pergunta.

No domingo à noite, na SIC-Notícias, Ana Gomes criticou o secretário-geral do PS por ter manifestado na qualidade de primeiro-ministro a expectativa de continuar a trabalhar com o atual Presidente da República já num segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, dando como certa a sua recandidatura e reeleição nas presidenciais de 2021.

Questionada se, face à posição assumida por António Costa, que considerou perigosa para a democracia, admite mudar de ideias e candidatar-se a Presidente da República, a ex-eurodeputada socialista respondeu: “Admito refletir, é isso que vou fazer”.

ZAP // Lusa

 

4 Comments

  1. É certo que Marcelo tem mostrado ser um presidente diferente e extremamente activo e comunicativo. E diferente de todos os anteriores presidentes. Mas nem por isso deixa de ser o político mais populista português, embora critique assiduamente “os populismos”. Poderia ser mais eficaz em algumas áreas da governação? Penso que podia, nomeadamente quando o governo toma atitudes que lesam gravemente os direitos dos cidadão, como é o escandaloso caso do Novo Banco. Mas aqui, que eu saiba, Marcelo traça linhas oblíquas e nunca assumiu uma posição firme, quanto às opções do governo. Por isso, não é um presidente de mão cheia.
    Quanto a Ana Gomes, já revelou em várias ocasiões ser uma mulher “com eles no sítio”. Independente quanto baste, experiente em múltiplos lugares, é uma séria alternativa a considerar, porque nós precisamos é de um presidente que saiba colocar-se ao lado de quem o elege. E essa postura, muitas vezes, exige uma boa dose de coragem que Marcelo não tem, por várias razões, incluindo velhas amizades em vários sectores importantes da vida nacional, que o farão sentir suficientemente manietado, afim de respeitar velhos compromissos.
    Quanto a Ana Gomes, que eu saiba, não estará manietada a nenhum jogo de interesses, o que lhe poderá dar maior autoridade e autonomia. Haver vamos.

  2. Este ano vou acampar nos jardins do palácio de belém… isto se o Sor Marcelo o permitir. Fico as férias todas a comer pastéis de belém.

  3. As férias… quanto não vale ser presidente. Porque a grande maioria, depois do desemprego, negócios fechados ou na insolvência…

  4. E tem razão oTi-Célito! Como todas as medidas reactivadoras e promotoras do turismo estão em linha com o benigno resultado das cativações, só mesmo a afortunada bolsa dos desempregados pode salvar a fileira dos quartos de aluguer.

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