O Presidente da República considerou esta segunda-feira a sua presença em Angola para a cerimónia de investidura do Presidente eleito de Angola, João Lourenço, uma reafirmação da fraternidade entre os povos angolano e português e entre os dois Estados.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à chegada a Luanda, no aeroporto internacional 4 de Fevereiro, onde foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores de Angola.
O chefe de Estado português respondeu a um convite de Angola para participar, na terça-feira, na cerimónia de investidura do presidente eleito nas eleições gerais de 23 de agosto, João Lourenço, e do vice-Presidente, Bornito de Sousa.
Em entrevista ao Expresso, o primeiro ministro tinha dito que “provavelmente” marcaria presença na tomada de posse de João Lourenço. “Terei de acertar isso com o presidente da República, mas é normal que a representação seja feita por mim“.
No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa preferiu marcar presença, tendo António Costa ficado de fora da lista de convidados da cerimónia que conta com mais de mil convidados nacionais e estrangeiros, 30 dos quais chefes de Estado e de Governo, de acordo com o semanário.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, trata-se de um momento “particularmente simbólico”, que fundamentalmente traduz o “sentimento forte de milhões de portugueses em relação a milhões de angolanos, sabendo que é recíproco. É um sentimento de grande alegria, um sentimento pessoal, mas sobretudo dos portugueses e das portuguesas que eu represento”, disse.
Instado pela agência Lusa a comentar o facto de ter sido um dos primeiros chefes de estado a felicitar João Lourenço pela vitória nas eleições, o Presidente português referiu que o relacionamento “mais intenso” entre os dois países justificou a posição.
“Porque o nosso relacionamento é mais intenso do que os outros relacionamentos dos outros Estados e, portanto, isso explica o porquê de, naturalmente, sermos dos primeiros ou mesmo os primeiros, atentos como estávamos ao que se passava, a exprimir aquilo que entendíamos que era muito importante: a felicitação ao presidente eleito e a reafirmação de um relacionamento fraternal entre povos e Estados”, frisou.
A nível pessoal, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que é também grande a sua expectativa, por se tratar de “uma amizade muito grande“.
“São expectativas à medida da amizade, é uma amizade profunda entre povos, entre Estados e, portanto, estamos sempre, para além daquilo que em cada momento é preciso ir equacionando, sempre muito empenhados em aprofundar, em adensar, em levar mais longe esse relacionamento”, referiu.
Durante a sua estada em Angola, o chefe de Estado português tem programado um passeio na marginal de Luanda, uma visita à escola portuguesa e à Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.
Na terça-feira, além de participar na cerimónia de posse pela manhã, para o período da tarde tem previsto, antes do seu regresso, encontros bilaterais e com a comunidade portuguesa.
// Lusa
Sinceramente acho que Marcelo não devia ter ido a Angola.
É certo que há muitos portugueses lá a trabalhar , mas será que isso é suficiente forte, para nos representar-mos ao mais alto nível, num país onde os atropelos à dignidade humana é uma realidade?
Num país onde a corrupção atinge a elites de um forma descarada e em que a democracia só existe no papel?
Não chegaria o MNE , ou outro qualquer representante ?
Portugal tem de ter outra atitude , ou tem de dar razão à UNITA, que acusa de Portugal de se vergar a Angola.
Por essa ordem de ideias então o Presidente da República também não poderia estar em Portugal ou o senhor pensa que isto é assim tão diferente de Angola?