A campanha oficial das presidenciais só arranca na próxima semana, porém os debates entre os candidatos a Belém já começaram e podem estar a ter repercussões nas intenções de voto dos eleitores.
Na primeira sondagem de 2021, Marcelo Rebelo de Sousa volta a perder margem para o segundo lugar e Ana Gomes mantém-se firme e segura nesta posição. Não há alterações de posição no pódio, mas há algumas mudanças.
Marcelo é a primeira escolha nas intenções de voto e o vencedor natural mesmo para aqueles eleitores que não pretendem entregar-lhe o seu voto. No início de dezembro, era isso que diziam 92% dos inquiridos. Neste momento, essa é já a certeza de 97% dos eleitores que participam na sondagem. Atualmente, as intenções de voto em Marcelo ficam pelos 66,5%.
Em terceiro lugar, de acordo com a sondagem Observador/TVI/Pitagórica, Ana Gomes volta a ser apontada como a mais bem posicionada candidata a disputar o lugar com Marcelo, ainda que a probabilidade de a eleição ir para à segunda volta seja um cenário bastante longínquo.
Na última sondagem, a ex-eurodeputada agarrava-se às duas décimas de vantagem que tinha sobre o líder do Chega – André Ventura tinha dado um salto significativo (1,7 pontos percentuais) e beneficiava, ao mesmo tempo, da queda de uma décima da socialista. Agora, com a campanha cada vez mais perto e os debates a arrancar a todo o gás, Ana Gomes descola do seu adversário mais direto.
A socialista recolhe 13% das intenções de voto. Uma subida de 2,1 pontos percentuais e que contrastam com a perda de uma décima de André Ventura, que cai para os 10,6% de intenções manifestadas pelos inquiridos.
Vem ficando claro semana após semana que, depois de Marcelo numa primeira linha, e de Ana Gomes e André Ventura numa segunda linha, as candidaturas de Marisa Matias, João Ferreira, Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva preenchem as vagas de um terceiro nível eleitoral.
A candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda saiu das eleições presidenciais de 2016 como a mulher com melhor votação de sempre numa corrida eleitoral deste âmbito: 10,12%, quase 470 mil votos. Marisa Matias surge, esta semana, com 4,5% das intenções de voto. É a terceira semana consecutiva de perda de votos.
João Ferreira tem um percurso semelhante. Começou com 3,5% das intenções de voto e agora desceu para 2,8%. Se as eleições fossem hoje seria um resultado abaixo do pior que o PCP alguma vez alcançou numas presidenciais.
Em sentido oposto está Tiago Mayan Gonçalves. O candidato que conta com o apoio da Iniciativa Liberal começou as sondagens com 0,9% dos votos mas, esta semana, surge com 1,7%.
Por fim surge Vitorino Silva com os mesmos 0,8% que trazia da sondagem anterior.
Na mesma sondagem, os inquiridos responderam a algumas perguntas que mostram o seu nível de confiança nos candidatos.
Na questão “A quem entregaria a gestão das suas poupanças?”, os inquiridos escolheram como opção predominante “Ninguém”. Ainda assim, Marcelo Rebelo de Sousa fica em segundo lugar.
O Presidente da República em funções é a escolha de 35% dos inquiridos, à frente de Ana Gomes (7%) e de André Ventura (4%). Quase todos os outros candidatos não são escolha de mais que 2% dos inquiridos. Vitorino Silva fica-se por 1% das respostas.
Já à pergunta “A quem pediria para guardar um boletim do Euromilhões premiado?”, o resultado global foi o mesmo.
A resposta mais enunciada volta a ser “ninguém”. Ainda que, aqui, a diferença entre os dois primeiros resultados seja ligeiramente maior que na questão anterior. Se os mesmos 35% de inquiridos dão um voto de confiança ao Presidente da República, quase metade (48%) dos participantes na sondagem não se sentiu confortável com qualquer das hipóteses em cima da mesa.